De da Vinci a Messi: canhotos realmente são mais geniais?

A criatividade e as habilidades artísticas e matemáticas dos canhotos revelam um cérebro diferenciado.

Desde tempos antigos, a crença de que os canhotos possuem talentos especiais permeia a sociedade.

Nomes como Leonardo da Vinci, Mozart e Marie Curie ilustram essa curiosidade. Mas será que os canhotos realmente têm uma vantagem criativa e cognitiva?

Os canhotos representam aproximadamente 10% da população mundial. Essa minoria intrigante possui um cérebro estruturado de forma diferente da dos destros.

Estudos mostram que canhotos tendem a ter um corpo caloso maior, uma estrutura que conecta os dois hemisférios cerebrais.

Isso pode resultar em uma melhor conectividade entre as partes do cérebro, favorecendo o processamento de informações complexas.

Criatividade e habilidades artísticas

A lateralidade dos canhotos frequentemente envolve uma maior utilização do hemisfério direito do cérebro, associado à criatividade, habilidades musicais e artísticas.

Esse desenvolvimento desigual pode facilitar a habilidade de pensar ‘fora da caixa’, oferecendo aos canhotos uma vantagem em tarefas que requerem pensamento divergente e resolução criativa de problemas.

Pesquisas indicam que canhotos são mais representados em profissões que demandam alto nível de criatividade e habilidades espaciais, como músicos, artistas e arquitetos.

Isso se deve à capacidade superior de processar informações visuais e espaciais, uma habilidade crucial nessas áreas.

Dentre os muitos famosos que escrevem (ou chutam) com a esquerda, podemos listar: Tom Cruise, Julia Roberts, Angelina Jolie, Jennifer Lawrence, Oprah Winfrey, Paul McCartney, Barack Obama, Rivaldo, Roberto Carlos e Lionel Messi.

Leonardo da Vinci era um polímata e tinha conhecimentos em diversas áreas. Ele era pintor, escultor, cientista, engenheiro, anatomista, matemático, escritor e arquiteto. Imagem: Reprodução

Desempenho matemático

Além das artes, há evidências de que os canhotos possam ter vantagens em áreas como a matemática.

Estudos revelam que canhotos podem ter melhor desempenho em tarefas matemáticas complexas, especialmente aquelas que envolvem a resolução de problemas abstratos e a associação de funções matemáticas a conjuntos de dados.

Essa superioridade cognitiva, no entanto, não se manifesta em tarefas aritméticas simples, onde não há diferença significativa entre destros e canhotos.

Mitos e realidades

Embora muitos associem ser canhoto a condições como dislexia e autismo, é importante distinguir correlação de causalidade.

Algumas dessas associações podem ser resultado de vieses de relato, onde estudos reportam somente quando encontram uma conexão significativa.

A maioria dos canhotos não apresenta desvantagens cognitivas significativas; na verdade, sua singularidade pode ser vista como um reflexo da diversidade neurobiológica.

Adaptação

Viver em um mundo projetado para destros força os canhotos a se adaptarem constantemente, o que pode aumentar ainda mais suas habilidades cognitivas e criativas.

Essa adaptação contínua pode fortalecer a resiliência mental e fomentar a capacidade de encontrar soluções inovadoras para os problemas do dia a dia.

A genialidade dos canhotos vai além da mera preferência por uma mão. Suas habilidades em áreas criativas e científicas são reflexo de um cérebro estruturado e funcionalmente diferente, que permite uma abordagem única e inovadora aos desafios.

*Com informações de El País, BBC, Revista Galileu, Correio Braziliense e Business Insider.

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