Desvendando a Geração GenZ: conheça as principais diferenças entre seus antecessores
Um estudo na Índia observou os comportamentos e diferenças dos jovens da Geração GenZ.
A Geração GenZ, também conhecida como zoomers, é envolta em mistério, especialmente quando comparada às gerações anteriores, como a Geração X, baby boomers e até mesmo os millennials, seus predecessores imediatos.
Eles parecem carregar consigo uma série de paradoxos, o que leva a muitos equívocos e incompreensões. Muitas pesquisas estão sendo conduzidas para obter uma compreensão mais profunda desses nativos digitais, nascidos na virada do século XXI.
Veja detalhes de comportamento e identidade dessa geração realizado por especialistas indianos observando sua própria juventude.
Além de toneladas de filtros e selfies, uma forte identidade pessoal
O maior mito que o rodeia nessa geração é que são indivíduos essencialmente egocêntricos. Muitos jovens estão constantemente tirando selfies, aplicando filtros em todas as suas fotos e compartilhando-nas nas redes sociais, o que pode parecer uma preocupação constante consigo mesmos.
No entanto, de acordo com Aditya Kaul, diretor de contas do grupo Kantar (empresa líder mundial em dados, insights e consultoria – e uma das mais importantes na Índia), isso não é totalmente verdade.
“Eles possuem um forte senso de individualismo, poucos arrependimentos e uma autoestima elevada. Assim como outras gerações, eles preferem viver de acordo com seus próprios valores, mas também valorizam a coesão familiar”, afirmou durante um webinar organizado pela Market Research Society of India (MRSI).
“Eles possuem um senso de direito que causa desconforto nas gerações mais velhas”, acrescentou Anjana Pillai, sócia da Quantum Consumer Solutions.
Devoção e respeito aos pais
No entanto, isso não significa que eles não tenham uma boa relação com seus pais. Pelo contrário, eles foram criados em um ambiente parental mais amigável e são capazes de reduzir a diferença geracional com seus pais, tornando-se uma das primeiras gerações a conseguir isso.
Os GenZs têm exercido uma “influência reversa” sobre seus pais. Ashwini Sirsikar, líder de linha de serviço do grupo Ipsos UU e SIA (empresa especializada em pesquisa de mercado de maneira mundial), compartilhou: “Já ouvimos casos de pessoas na faixa dos 50 anos que perseguem seus sonhos porque foram encorajadas por seus filhos”.
Esse fenômeno também ficou evidente em programas de negócios, como o Shark Tank India, que apresentou várias duplas de pais e filhos, como Patil Kaki, GetAWhey e House of Chikankari, indicando que o caminho a seguir é uma combinação do antigo e do novo.
“Pais desempenham um papel importante para que eles negociem com a sociedade, e os pais se tornam seus amigos às 4 da manhã”, acrescentou Pillai.
GenZs abraçam sua identidade indiana
Enquanto a ocidentalização chegou à Índia antes mesmo de o país alcançar a independência, os GenZs podem ser a primeira geração a resistir a essa influência. De acordo com especialistas, eles não estão simplesmente imitando cegamente o estilo de vida ocidental.
“Ser indiano e abraçar a própria identidade é extremamente importante para eles – é considerado estiloso e atraente. No entanto, eles não têm um amor ou ódio irracional pelo seu país”, afirmou Mukul Gautam, vice-presidente e chefe de capacitação da Purple Audacity.
Essa mudança pode ser atribuída a várias histórias de sucesso de indianos, como empreendedores de startups, atletas, políticos globais e, é claro, os inúmeros CEOs de origem indiana que lideram grandes empresas de tecnologia em todo o mundo.
GenZs navegando na Era da mudança
Os zoomers têm algo em comum com as gerações mais antigas – eles são tão religiosos quanto seus predecessores e também estão abertos à ideia de casamentos arranjados. No entanto, sua aceitação de casamentos arranjados é mais um reflexo de sua abertura do que de um apego ao tradicionalismo. Os GenZs são abertos a tudo. Eles são moralmente flexíveis, mais experimentais e estão dispostos a explorar coisas novas.
A constante mudança ao seu redor os tornou receptivos às transformações – desde a educação e relacionamentos pessoais até consumo e identidade pessoal, eles têm o desejo de manter as coisas abertas.
“A GenZ vivenciou narrativas de mudança climática, instabilidade sociocultural e política, movimentos diversos e polarização, o que moderou seu otimismo e os tornou pragmáticos e oportunistas”, explica Gautam.
No entanto, essa abordagem não tem uma conotação negativa, pois eles estão em constante evolução, questionando e buscando múltiplas identidades. “Não é uma busca passiva. Eles estão constantemente aprendendo e absorvendo informações, como se estivessem recebendo uma dose de dopamina”, diz Pillai.
Apesar disso tudo, há desafios em ser jovem em tempos como estes, pois eles estão vivenciando a juventude de uma forma que nenhuma outra geração experimentou antes. Com muitas opções disponíveis desde cedo, exigências elevadas de si mesmos e uma busca constante por validação, especialmente nas mídias sociais, é compreensível que enfrentem crescentes problemas de saúde mental.
No entanto, os GenZs, que nasceram na era em que a internet decolou, estão mais preparados para lidar com as redes sociais e seus desafios. “Eles não navegam de forma irracional. Utilizam as mídias sociais de forma criteriosa para criar uma identidade cuidadosamente selecionada e promover suas aspirações pessoais e profissionais”, diz Sirsikar.
Enquanto a geração do milênio alterna entre identidades online e offline, os GenZs estão se esforçando mais para fechar essa lacuna – estão melhor preparados para um futuro que se torna cada vez mais virtual.
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