‘Dia da Luta das Pessoas com Deficiência’: desafios continuam

Celeiro de campeões paralímpicos, país não dispõe de política pública específica para o segmento

Provando a veracidade do ditado, que diz: “a necessidade é a mãe da criatividade”, os portadores de alguma limitação física ou cerebral têm muitos motivos para comemorar, ao servirem de exemplo de superação, fé e dignidade à humanidade, por ocasião da passagem, nessa quinta-feira (21), do ‘Dia da Luta das Pessoas com Deficiência’.

Embora seja um celeiro de campões paralímpicos, o Brasil deixa muito a desejar, no que toca à igualdade de oportunidades para esse contingente especial da população, pois ainda são muitos os desafios a serem vencidos.

Pioneira no atendimento a este segmento no país, a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo admite que há um longo caminho para conscientização social, a fim de erradicar toda forma de discriminação social que ainda sujeita a maior parte dos deficientes.

De acordo com o titular da pasta, Marcos da Costa, somente em São Paulo, há cerca de 3,4 milhões de pessoas com deficiência, das quais, 1,3 milhão (40%) apresentam deficiência visual; 979,3 mil; 979,3 mil (28,8%) física, 568,5 mil (16,8%) intelectual e 492,9 mil (14,4%) auditiva.

Embora seja considerado extenso e variado, tal grupo social tem sido alvo do chamado ‘capacitismo’, termo que remete ao recorrente preconceito contra pessoas com deficiência. Segundo a 2ª edição da pesquisa produzida pela Oldiversity, 57% das pessoas ouvidas, incluídas nessa categoria, entendem que as propagandas brasileiras deveriam enfatizar mais a questão da ‘diversidade’.

Uma das primeiras medidas, no sentido de mudar a mentalidade em relação à deficiência, seria a de evitar termos inadequados e ofensivos como: braço curto, surdo-mudo, pessoas especiais, portadores de deficiência, portadores de necessidades, entre outros.

Uma das medidas concretas para eliminar a rejeição e rotulação social seria investir na acessibilidade, que contempla questões estruturais cotidianas, como a falta de rampas, ausência de piso tátil direcional (relevos no chão para ajudar na locomoção daqueles que possuem deficiência visual). Outras barreiras, a serem transpostas, estariam relacionadas ao tratamento hostil, como também à escassez ou simples ausência de vagas de emprego para seus portadores.

Outro passo importante para a conquista da isonomia de oportunidades foi dado com a abertura da roda de conversa “Linguagem e Comunicação Não-Capacitista na Prática”, realizada na última quarta-feira (20), com direito a seminários, palestras, além da cerimônia de formação de alunos do curso de Libras (Língua Brasileira de Sinais), oferecido pela Secretaria; expansão do serviço gratuito de emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea) para outros 25 postos do Poupatempo no estado, além de salas sensoriais para o acolhimento de pessoas autistas.

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