‘Doença do cervo zumbi’: o que se sabe até agora?

Autoridades de saúde dos EUA demonstram preocupação com surto identificado no país.

Nas últimas semanas os noticiários dos Estados Unidos foram tomados por relatos de uma doença estranha que tem afetado principalmente cervos que vivem no Parque Nacional de Yellowstone, no estado norte-americano do Wyoming.

De acordo com autoridades sanitárias do país, cerca de 800 animais já foram diagnosticados com a doença debilitante crônica (CWD, na sigla em inglês) e podem ser vistos cambaleando, correndo em círculos e apresentando outros comportamentos estranhos, além de estarem visivelmente magros e debilitados.

A condição, que ganhou o nome popular de “doença do cervo zumbi”, não tem cura e é extremamente letal. A enfermidade é causada por príons, um tipo de proteína infecciosa que afeta o sistema nervoso dos cervos e não pode, pelo menos até o momento, ser neutralizada.

Em comunicados preocupantes, especialistas norte-americanos de vários estados alertam que a CWD pode acometer humanos.

(Imagem: divulgação)

E agora?

Apesar de poder infectar humanos, os príons que causam a doença do cervo zumbi ainda não foram detectados em pessoas.

Ainda segundo os pesquisadores que tentam entender esses patógenos, a infecção em humanos só pode acontecer em caso de consumo da carne de um animal doente.

Porém, a caça de cervos é uma prática comum nos Estados Unidos, especialmente em Yellowstone, onde é permitida em determinada época do ano.

Com isso, há o risco de alguém matar um cervo infectado, comer a sua carne e herdar os príons sem saber, isso porque a doença debilitante crônica não aponta sintomas nos primeiros dias de contágio. Ou seja, o ideal é que a caça desses animais seja interrompida por enquanto.

Um dos especialistas que estão atentos ao surto de CWD, o epidemiologista Cory Anderson, destacou a dificuldade inicial que a doença pode trazer às autoridades sanitárias.

“Estamos lidando com uma doença que é invariavelmente fatal, incurável e altamente contagiosa. A preocupação é que não temos uma maneira fácil e eficaz de erradicá-lo, nem dos animais que infecta, nem do ambiente que contamina”, disse ele.

Na mesma entrevista, concedida a veículos de imprensa internacionais, Cory traçou um paralelo entre a doença do cervo zumbi e a doença da vaca louca, outra zoonose assustadora.

“O surto de doença da vaca louca na Grã-Bretanha forneceu um exemplo de como, da noite para o dia, as coisas podem piorar. Estamos falando sobre a possibilidade de algo semelhante acontecer. Ninguém está dizendo que definitivamente vai acontecer, mas é importante que as pessoas estejam preparadas”, previu.

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