Doutoranda descobre fósseis nas paredes de banheiro de shopping no ES

De acordo com a estudiosa, os fósseis teriam mais de 100 milhões de anos.

Você já pensou em ir lavar as mãos no banheiro de um shopping e dar de cara com fósseis na parede do local? Foi isso o que aconteceu com uma doutoranda de Vila Velha, no Espírito Santo.

Beatriz Hörmanseder, que faz doutorado na faculdade de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), registrou o achado inusitado em seu perfil no X, antigo Twitter.

“Mais dois pontos em dois estados diferentes pra vocês verem fósseis: em Vila Velha, no ES, você acha fósseis nas paredes do banheiro. São essas conchinhas cortadas no meio (parecido com as dos caracóis). Essa rocha é da Bacia Potiguar, no RN, e tem 100 milhões de anos”, disse a mulher em legenda de foto postada na rede social.

(Imagem: perfil de Beatriz Hörmanseder no X/reprodução)

O que esses fósseis estão fazendo ali?

No artigo “Caminhando Sobre o Passado no Museu do Amanhã”, dos cientistas Márcia Aparecida dos Reis Polck, Hermínio Ismael de Araújo-Júnior, Marco André Malmann Medeiros e Marcos Antônio Soares Monteiro, pode estar a chave para entender essa situação inusitada.

Em seu estudo, os especialistas descrevem a origem das pedras que revestem determinada área do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

Segundo eles, as placas são de calcário bege fossilífero extraído da Formação Jandaíra, um sítio arqueológico do Cretáceo Superior localizado na Bacia Potiguar, Rio Grande do Norte.

A paleontóloga Taíssa Rodrigues, também integrante do departamento de Ciências Biológicas da Ufes, investigou os relatos de Beatriz Hörmanseder indo até o shopping Boulevard e cruzou com as informações que já tinha do Museu do Amanhã.

Com isso, a especialista deduziu que as placas de revestimento do banheiro do shopping e o piso visto no museu carioca vêm do mesmo lugar.

(Imagem: Anuário do Instituto de Geociências da UFRJ/reprodução)

“Como as lajes — tanto do shopping quanto do museu carioca — vêm do mesmo lugar, vão ter as mesmas espécies vistas no Museu do Amanhã”, disse Taíssa Rodrigues.

Ainda segundo ela, além dos fósseis descritos pela doutoranda Beatriz Hörmanseder, existem, em ambos lugares, restos de Plesioptygmatis, uma espécie de molusco que viveu no final do período Cretáceo, da Era Mesozóica, entre 72 e 113 milhões de anos.

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