É o fim do segundo bissexto! Saiba quando prática será abolida

Grupo internacional de especialistas se reuniu na França para bater martelo sobre assunto.

Você sabia que um segundo é acrescentado aos relógios oficiais para que eles fiquem sincronizados com o nosso calendário? Ele é chamado de segundo bissexto ou segundo intercalar. Entretanto, esta prática está com os dias contados.

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Por que o segundo bissexto existe?

Similar ao ano bissexto, o segundo bissexto existe para compensar a diferença entre o horário astronômico – baseado na rotação da Terra – e o Tempo Universal Coordenado (Coordinated Universal Time, UTC) – baseado no relógio atômico. Sempre que a discrepância passa de 0.9 segundos, ela é compensada por este segundo “extra”.

Em entrevista ao site Live Science, Patrizia Tavella, diretora do Escritório Internacional de Pesos e Medidas (BIPM, em Inglês), afirma que a rotação da Terra está diminuindo. Sendo assim, o planeta acumula um minuto de delay a cada século e uma hora a cada 5 mil anos. Por isso, o segundo bissexto foi criado.

Entretanto, esse tempo adicional criou alguns problemas que podem resultar em dificuldades técnicas. Essas falhas podem afetar diversos setores da sociedade, incluindo transações financeiras, anomalias em computadores e a atuação dos telescópios.

Tavella usa como exemplo o setor de aviação, que depende bastante do funcionamento adequado dos relógios. “Linhas aéreas têm tido problemas com os voos agendados devido à diferença de horários”, explica. Segundo ela, há uma falta de sincronização, já que as empresas de computação usam técnicas diferentes para acrescentar os segundos bissextos.

Por exemplo, o Google espalha o segundo extra nas 24 horas do dia por volta da meia-noite (UTC). A Meta, empresa do Facebook e do WhatsApp, utiliza outra técnica. Porém, as duas são a favor de eliminar a compensação de segundos e concordam que isso pode causar um estrago na era digital.

Quando a prática será encerrada?

O segundo bissexto deverá ser encerrado até 2035 e não será utilizado por pelo menos um século. Foi o que ficou decidido na Conferência Geral de Pesos e Medidas, na França, na última sexta-feira, 18 de novembro. Governos de todo o mundo participaram desta decisão.

Desta forma, a partir de 2035, o tempo astronômico poderá se divergir do UTC. A previsão é de que os dois relógios se destoem em pelo menos um minuto.

Se você é obcecado por estar sempre no horário (ou é virginiano) e começou a se preocupar com esta informação, fique tranquilo (a). Patrizia Tavella afirmou que uma pessoa comum possivelmente nem verá diferença.

Além disso, pode ser que a proposta não vá para frente. Ela ainda será debatida com outras organizações internacionais. A decisão final deverá ser feita até 2026.

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