ECA-USP suspende 11 disciplinas do curso de Artes Visuais

Não renovação de contrato de professores e falta de educadores é o motivo alegado pela universidade

A não renovação do contrato de três professores temporários e a indisponibilidade de educadores. Essa foi a explicação apresentada pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) para o cancelamento de 11 disciplinas do curso de Artes Visuais neste semestre (2S23), segundo informou a Associação de Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp).

Pouco antes do anúncio da suspensão das disciplinas, alunos da cadeira de artes visuais, de outros cursos da ECA e de outras unidades da universidade promoveram uma manifestação, no último dia 9 deste mês, com o objetivo de denunciar a situação e cobrar providências da direção da unidade e da reitoria, além de terem divulgado uma carta aberta em que ressaltam a importância do curso, o 12º mais procurado no último vestibular da USP, com 31 candidatos por vaga.

Diz a carta dos estudantes que “a falta de contratação de professores num curso como o de Artes Visuais da USP limita as oportunidades de desenvolvimento de novos talentos, como ainda compromete o prestígio da instituição e sua capacidade de atrair estudantes, parcerias e projetos relevantes, comprometendo a manutenção de um corpo docente qualificado e estável, vital para a qualidade do ensino na universidade e desde seu início conectado à comunidade cultural e artística, desempenhando papel fundamental na formação de profissionais ligados à área”.

Ao comentar as dificuldades de reposição do corpo docente, o coordenador do curso, João Musa aponta os critérios definidos para a indicação dos professores como um dos fatores responsáveis pela queda do quadro de profissionais, uma vez que os contratos provisórios têm duração máxima de dois anos. Ao final desse prazo, é realizado um novo concurso para contratação de novos substitutos.

No caso dos definitivos, que atuam em período integral, Musa explica que a reposição apresentou declínio nos últimos anos. “A USP prometeu que ia repor 80% dos professores perdidos nos últimos quatro anos. Ora, para quem já estava com professor a menos, repor só 80% também gera outro buraco. Ela atrasou a entrega desses professores, que deveriam ter vindo ano passado, este ano”, concluiu.

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