Em alta! Por que estão nascendo mais gêmeos nos últimos anos?
O aumento nos nascimentos de gêmeos desafia a tendência de queda nas taxas de natalidade em todo o mundo.
Nos últimos anos, ocorreu um fenômeno curioso no cenário demográfico global. Apesar da redução geral nas taxas de natalidade, o número de nascimentos de gêmeos e trigêmeos tem apresentado um aumento significativo. Esse fato intrigante tem despertado o interesse da comunidade científica.
O aumento de nascimentos múltiplos é uma novidade histórica, incomum no cenário demográfico. Pesquisas sugerem que essa tendência, longe de ser temporária, pode continuar crescendo nos próximos anos. A razão por trás desse aumento está sendo investigada.
O nascimento de gêmeos, embora menos frequente que gestações únicas, é um aspecto natural da reprodução humana. A cada 60 gestações, uma resulta em nascimento múltiplo. Esse fenômeno pode ocorrer devido à fertilização simultânea de dois óvulos ou à divisão de um óvulo fertilizado.
Causas dos nascimentos múltiplos de gêmeos
Foto: Shutterstock
Fatores biológicos, como a hiperovulação, contribuem para o aumento de gestações múltiplas. Esse processo envolve a liberação de mais de um óvulo em um único ciclo menstrual. Mulheres mais velhas são mais propensas a experimentar essa condição.
A idade materna avançada, associada às mudanças hormonais, eleva a probabilidade de nascimentos múltiplos. A proximidade com a perimenopausa intensifica essa tendência, resultando em gestações de ordem superior, desde trigêmeos até nonagêmeos.
Tratamentos de fertilidade
Além dos fatores naturais, os tratamentos de fertilidade desempenham um papel crucial no aumento dos nascimentos múltiplos. Estudos indicam que até 2100, a gemelaridade pode crescer em diversos países, influenciada pela idade materna avançada.
A história do baby boom nas décadas de 1940 a 1960 já havia evidenciado essa propensão. A média de nascimentos múltiplos na Inglaterra e no País de Gales oscilou entre 12 e 13 por mil gestações. Entretanto, a idade média das mães era de 26 anos, o que reduzia a probabilidade de múltiplos.
Evolução das taxas de natalidade
Durante as décadas de 1970 e 1980, o planejamento familiar levou a uma redução no número médio de filhos por família. No Reino Unido, a taxa de nascimentos múltiplos caiu para cerca de 10 por mil maternidades. No entanto, nos anos 1990 e 2000, essa taxa voltou a subir.
Esse aumento coincidiu com o crescimento da idade média das mães e o maior uso de tratamentos de fertilidade. Esses tratamentos, embora benéficos, aumentaram as chances de nascimentos múltiplos. Uma campanha para a transferência única de embriões ajudou a conter essa tendência.
Situação atual e perspectivas futuras
Nos anos 2010, a campanha de transferência única surtiu efeito, reduzindo a taxa de nascimentos múltiplos no Reino Unido para 14,4 por mil. Contudo, a procura por tratamentos de fertilidade continua em alta. Em 1991, foram realizados 6.700 ciclos de fertilização in vitro no Reino Unido. Em 2021, esse número saltou para 76 mil ciclos.
Portanto, enquanto a taxa global de natalidade diminui, o fenômeno dos nascimentos múltiplos continua a crescer. A combinação de fatores biológicos e avanços na medicina reprodutiva promete manter essa tendência em destaque nos próximos anos.
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