Em breve será proibido comer carne de cachorro na Coreia do Sul; saiba mais
Apesar de considerada bizarra aqui no Brasil, a prática era muito comum no país asiático.
Foi aprovada nesta terça-feira (9) no parlamento da Coreia do Sul uma lei que proíbe o consumo humano de carne de cachorro. Numa votação histórica, partidos de oposição e situação convergiram para acabar com a prática controversa que era muito comum no país.
A partir de 2027, quando a nova lei entra em vigor, quem insistir em abater cães para consumo ou comercializar a carne desses animais pode pegar dois anos de cadeia e/ou ter que pagar o equivalente a R$ 110 mil em multas.
Por outro lado, cidadãos sul-coreanos que trabalham na cadeia produtiva desse tipo de produto vão receber subsídios do governo até se recolocarem no mercado de trabalho.
Essa lei já vinha sendo gestada desde 2021, na administração do então presidente Moon Jae-in, que ficou famoso por ir até a fronteira com a Coreia do Norte e apertar a mão do ditador Kim Jong-un, num encontro marcado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Nos anos que se seguiram, a ideia ganhou força no país com a adesão da população. Inclusive, o atual presidente, Yoon Suk-yeol, e sua esposa, Kim Keon Hee, são contrários ao consumo de carne de cachorro.
A verdade por trás do meme
Por muito tempo no Brasil circulou como piada a informação de que em alguns países asiáticos as pessoas comiam carne de cachorro com a mesma naturalidade com a qual consumimos frango, peixe e boi por aqui.
Contudo, como podemos ver isso não é uma piada, mas sim trata-se de uma característica cultural não apenas da Coreia do Sul mas também de outros países asiáticos, como a China, por exemplo.
Recentemente, várias campanhas de conscientização realizadas na Coreia conseguiram minar essa prática controversa, fazendo com que a maioria da população passasse a ter aversão ao consumo de carne de canídeos domésticos.
Uma verdadeira indústria de abate de cães
(Imagem: divulgação)
De acordo com informações da agência de notícias Yonhap, controlada pelo governo sul-coreano, atualmente ainda existem cerca de 1.150 fazendas de criação de cães para abate no país.
Outras dezenas de açougues especializados, distribuidoras de carne e restaurantes são os clientes dessas fazendas, agindo na distribuição da carne abatida por toda Coreia do Sul.
Por isso, no país é comum encontrar produtos como hambúrgueres de cachorro, linguiça de carne de cachorro e bifes de cachorro à venda em supermercados e lojas especializadas.
O outro lado da história
Apesar de enfraquecidas, as associações que representam os produtores, transportadores e comerciantes que trabalham com carne de cachorro estão reclamando muito da nova lei.
De acordo com a principal associação do ramo, mais de 3.500 fazendas serão afetadas com a medida, bem como 3 mil restaurantes especializados.
Em novembro de 2023 um outro projeto que visava a proibição do consumo de carne canina acabou sendo rejeitado pelo parlamento sul-coreano. Na época, um grupo de cerca de 200 fazendeiros que abatem cães organizaram um protesto contra o projeto de lei nas imediações do gabinete de Yoon Suk-yeol.
Dessa vez, ao que parece nenhum protesto ou opinião contrária foi capaz de demover os parlamentares sul-coreanos de acabar de vez com a prática no país.
* Com informações do G1
Comentários estão fechados.