Em entrevista anônima, hacker com 30 anos de experiência revela tudo sobre a dark web
Esse cibercriminoso com 30 anos de carreira concedeu uma entrevista e revelou quais foram as piores informações encontradas na dark web.
De forma anônima, um hacker revelou o que acontece no mundo da dark web. Segundo ele, assassinos, traficantes e hackers são vistos com facilidade e permanecem impunes nesse submundo. Ele também explicou como hackers utilizam o vírus para roubar dados e para “ver o mundo queimar”, como um ato prazeroso.
A dark web é um ambiente na internet que o rastreio não pode alcançar. Recentemente, um relatório revelou que o conteúdo mais procurado nesses lugares obscuros envolve a pornografia infantil, em segundo lugar, está a procura por armas e por drogas.
Presenciei hospitais sendo criptografados e as pessoas se deparando com uma decisão: pago para desbloquear os dados ou coloco vidas em risco?” afirmou o indivíduo ao colocar uma máscara para ocultar sua identidade.
O hacker veterano revela que não mexia com essas áreas, mas vê com intensa preocupação essas atividades ilegais, afirmando ser um perigo para o mercado financeiro e para qualquer coisa que esteja conectada à eletricidade.
No Reino Unido, o coronel Philip Ingram, aposentado da inteligência militar, indicou, no ano passado, que a dark web é utilizada por criminosos profissionais que querem cometer crimes organizados e sérios. Para o coronel, é o lugar em que eles buscam brechas vulneráveis, alimentam redes de pedofilia e se aliam a grupos extremistas e terroristas.
Hacker concede entrevista e fala sobre a dark web
O indivíduo iniciou sua trajetória como hacker atuando como ‘black hat’, uma categoria de criminoso cibernético que desrespeita as leis e promove ataques em benefício próprio.
Posteriormente, ele optou por mudar de rumo, tornando-se um ‘white hat’, empregando suas competências para o bem, ao identificar criminosos na internet e buscar falhas em sistemas a fim de solucioná-las, em vez de explorá-las.
“Se eu desejasse obter acesso a uma empresa protegida, não forçaria a entrada”, afirmou no começo da entrevista.
“Eu focaria em pessoas que sei possuírem acesso, das quais tenho conhecimento de que levam aparelhos pessoais para o local de trabalho ou realizam atividades próximas a informações sensíveis. Então, eu me esforçaria para avançar.”
O primeiro ataque com ransomware aconteceu em 1989, com Joseph Popp como autor do crime, atacando a saúde. O ato ficou conhecido como “AIDS Trojan”, quando o autor do crime distribuiu cerca de 20 mil discos com a infecção das pessoas que participam da conferência sobre a AIDS da OMS (Organização Mundial da Saúde).
O indivíduo que conversou com a Vice declarou já ter atuado nessa área.
“Eu me via como um ‘black hat’ e fiz a transição para um ‘white hat'”, comentou o homem, que possuía uma extensa barba grisalha sob a máscara.
Os ‘white hats’ geralmente são hackers guiados por princípios éticos, buscando realizar ações que beneficiem o bem coletivo e que respeitam a legislação.
O “white hat” revelou que países se aproveitam do anonimato
Um dos hackers mais famosos do mundo, Kevin Mitnick, ganhou o posto na fama quando atacou mais de 30 empresas grandes. Entre os ataques, Nokia, Motorola e IBM foram vítimas do criminoso em 1995. Ele roubou códigos que alguns poderiam custar mais de US$ 330 milhões naquela época. Após ser pego, passou cinco anos na prisão.
Mitnick saiu da prisão em 2000 e viveu como um ‘white hat’ após a prisão, realizando trabalhos éticos na tecnologia. Ele contou que a experiência fez ver informações sobre as grandes potências econômicas e pode envolver coisas que ninguém esteja esperando.
Ele relata que a China e a Rússia são países sempre apontados como hackers e capazes de atacar, afirmando que países menores não ganham evidência e aproveitam esse momento sem estar no foco do caos. Ele também disse que os países do Ocidente foram parar na dark web a fim de buscar ajuda igualitária.
Fonte: Dailymail
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