Empresa se prepara para realizar transplante de coração de porco em bebês humanos em 2024

Uma empresa de biotecnologia é a responsável por realizar testes de transplantes de corações de suínos, com vistas em repetir o procedimento em humanos a partir do ano que vem.

A empresa de biotecnologia eGenesis está realizando procedimentos de transplante de corações de porco em babuínos. Assim, no futuro, os mesmos transplantes geneticamente modificados serão realizados em bebês humanos com problemas cardíacos.  A divulgação do estudo foi feita nesta segunda-feira (17) no  portal científico MIT Technology Review.

Para evitar a rejeição ao órgão, os corações de porco transplantados passam por uma edição genética. A ideia é realizar os testes em 2023 para oferecer os serviços para humanos no ano que vem como uma medida temporária até a cirurgia de transplante.

O principal objetivo dos médicos é oferecer mais tempo de espera aos bebês humanos com menos de dois anos que sofrem de problemas cardíacos.

Com tão pouco tempo de vida, os bebês não conseguem aguardar muito tempo na fila de doação do órgão. Além disso, as opções de tratamento para pacientes tão novos são limitadas.

Como funciona o transplante com corações de porco?

Primeiramente, os pesquisadores se inspiraram em uma prática antiga de utilização de tecidos e órgãos animais chamada de xenotransplante. Os primeiros testes da técnica foram feitos no século XVII.

Outro ponto importante do procedimento é que os órgãos são geneticamente modificados para evitar rejeição. Os pesquisadores ressaltam que o transplante de corações de porco não é um procedimento fácil, mas eles reforçam também que mesmo órgãos transplantados entre a mesma espécie podem ser rejeitados pelo receptor.

Para isso, eles desenvolveram uma técnica que “usa a ferramenta de edição genética CRISPR para fazer cerca de 70 edições no genoma de um porco”. Essa etapa é feita para evitar transmissão de vírus e aumentar as chances de aceitação do órgão.

A eGenesis planeja realizar o procedimento em 12 bebês babuínos antes de iniciar as cirurgias em bebês humanos com graves problemas cardíacos, no próximo ano.

(Imagem: Unsplash/National Cancer Institute)

Os testes de transplantes de corações de porco que já foram realizados

Até o momento, foram realizadas duas cirurgias e nenhum animal viveu por muitos dias. O primeiro bebê babuíno sobreviveu por um dia, já o segundo teve complicações nos vasos sanguíneos e viveu por apenas nove dias após a cirurgia.

Na história da medicina, um transplante de coração de porco já foi realizado em um humano vivo. Em 2022, David Bennett, com 57 anos, recebeu o órgão em Maryland, nos Estados Unidos, mas o paciente faleceu dois meses depois.

Atualmente, os Estados Unidos contam com uma lista de espera com mais de 100 mil pessoas aguardando um transplante de órgão. A pesquisa visa encontrar alternativas para atender à necessidade dos adultos e dos bebês durante esse período.

De acordo com os representantes da  eGenesis, a empresa planeja continuar os estudos, testes e procedimentos cirúrgicos em animais para encontrar o método mais seguro de realizar transplantes de corações de porco em humanos.

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