‘Epidemia de cegueira’: o que está por trás da polêmica envolvendo a geração Z?

As causas seriam a falta de luz solar e excesso de smartphone; Entenda o que está acontecendo.

Cada vez mais míope. Esse é o diagnóstico enfrentado pela geração Z. O motivo: excesso de tempo em dispositivos eletrônicos. O vício no uso do aparelho celular pode gerar uma espécie de “epidemia de cegueira” se não houver mudanças drásticas de comportamento.

Prova disso é que as taxas de miopia dispararam em todo o mundo. O aumento no Reino Unido é alarmante. Nas últimas três décadas, por exemplo, a alta é de 46%, de acordo com o Daily Mail. Igualmente impressionante, as taxas nos Estados Unidos, também preocupam. Por lá, um estudo da Califórnia aponta que a miopia aumentou 59% entre adolescentes.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstram que durante o período de 2020 e 2040, o número de brasileiros com alta miopia deve aumentar em 84,8%. Em números absolutos, significa um salto de 6,6 milhões de pessoas para 12,2 milhões.

Geração Z

No caso da geração Z, esse risco de desenvolver problemas sérios de visão que, podem inclusive, levar à cegueira, é bem alarmante. Nesse sentido, Joern Jorgensen, cirurgião oftalmologista de renome mundial da Laser Eye Clinic London alerta que pessoas nascidas entre 1990 e meados da década de 2010 não recebem dopamina suficiente.

E é justamente os altos níveis de dopamina que ajustam a visão do ser humano para condições de luz do dia. Portanto, passar um tempo ao sol aumenta essas taxas, enquanto, por outro lado, ficar em casa reduz a quantidade deste neurotransmissor, o que pode gerar problemas oculares.

Este cenário, atrelado ao tempo gasto olhando diretamente para dispositivos eletrônicos, a poucos centímetros do rosto, pode levar à miopia.

“Sair à luz do dia para jogar futebol, esportes de qualquer tipo ou apenas para brincar com os amigos provoca um processo químico que libera dopamina”, explica o médico. E continua: “Sabemos que é um inibidor do tipo de crescimento ocular que causa miopia. A parte horizontal do olho alonga-se e continua a crescer, dificultando a focagem”, explicou Jorgensen.

Foto: Shutterstock.

Ao ar livre

Portanto, o médico aponta a necessidade de encorajar crianças e adolescentes a saírem de casa, praticarem algum esporte, sair um pouco do smartphone, tentando minimizar estragos futuros. No entanto, não há como reverter o cenário já posto, onde as redes sociais desempenham um papel importante na vida destes jovens.

Outro ponto é que a pandemia da Covid-19 manteve as crianças presas em casa, acelerando a tendência global de deterioração da visão. A informação é de um artigo de 2022, publicado na Psychology Today.

Na mesma linha, estudos na Califórnia, assim como em Sydney, apontam que passar mais tempo ao ar livre está diretamente ligado ao menor risco de miopia. Portanto, essa epidemia de jovens míopes também tem relação ao aumento de tempo de tela, assim como falta de exposição à luz solar.

Isso ocorre porque segurar uma tela perto do rosto faz com que os olhos pisquem menos e compensam demais ao focar por horas, gerando um alongamento gradual do globo ocular.

Por fim, o especialista também reforça que a miopia pode ser um caminho à cegueira, em casos mais graves. “É uma situação muito grave, estamos vendo casos de alta miopia 30 vezes mais frequentes. Isso desencadeia quatro fatores causadores de doenças oculares: catarata, glaucoma, descolamento de retina E DMRI”, completou.

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