Esquecer o passado pode virar realidade: técnica inovadora traz esperança contra memórias ruins

Pesquisadores de Hong Kong desenvolvem método que reativa lembranças positivas.

Cientistas da Universidade de Hong Kong deram um passo significativo no estudo das memórias ao criar uma técnica capaz de atenuar as lembranças negativas durante o sono.

A pesquisa, publicada na renomada revista Proceedings of the National Academy of Sciences, sugere um método promissor, que se baseia na reativação de memórias direcionadas, ou TMR, em inglês.

Tal técnica usa estímulos sensoriais, como sons ou cheiros, para acessar memórias específicas. Durante o sono, tais lembranças são reativadas, o que oferece uma nova abordagem ao tratamento de memórias indesejáveis.

Experimento focou em algumas etapas do sono, importantes para o processamento e armazenamento de lembranças – Imagem: reprodução/Shane/Unsplash

Metodologia e experimentação

O estudo envolveu 37 jovens, com uma idade média de 20 anos, e todos eles foram expostos a imagens positivas e negativas. Primeiramente, foram apresentadas as imagens negativas, vinculadas a palavras escolhidas de modo aleatório. Após uma noite de sono, as imagens positivas foram introduzidas.

No segundo dia do experimento, metade das palavras associadas às memórias negativas foi reutilizada para vincular lembranças positivas. A intenção disso era gerar uma ligação simultânea entre as palavras e ambas as memórias.

Durante a segunda noite de sono, os termos foram reproduzidos na fase NREM, uma etapa do sono crucial para o armazenamento de memórias. Dessa maneira, os cientistas conseguiram observar um aumento na atividade da banda teta no cérebro, uma função ligada ao processamento de memórias emocionais.

Após o experimento, questionários foram dados aos voluntários, e as respostas deles indicaram que os participantes tinham mais dificuldade em lembrar-se das memórias negativas.

Os resultados revelam que, ao ouvir as palavras associadas a ambos os tipos de memória, as lembranças positivas foram predominantes sobre as memórias negativas.

Tal descoberta pode abrir caminhos para novas terapias que buscam mitigar os traumas emocionais. No entanto, a técnica ainda está em fase inicial, apesar de já oferecer esperanças para o futuro da saúde mental.

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