Estado do Amazonas passa a ter 17 línguas oficiais e evento lança Constituição Federal traduzida para língua indígena
O estado do Amazonas agora tem 17 línguas oficiais, sendo 16 delas indígenas. Em evento de oficialização, também houve o lançamento da Constituição Federal traduzida para o nheengatu. Veja!
Na última quarta-feira (19), o estado do Amazonas passou a ter 17 línguas oficiais. A mudança histórica marcou a oficialização de 16 idiomas indígenas como parte da cultura e formação do Brasil.
O ato aconteceu após o lançamento da primeira Constituição Federal traduzida para o nheengatu, a única língua que ainda está preservada do tupi antigo.
Ao portal da Agência Brasil, Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, afirmou que o evento representa um fato constitucional muito importante.
Weber acrescentou: “Certa de que o dia de hoje é um marco na história constitucional do nosso país, o meu desejo é de que sigamos avançando para, juntos, concretizarmos o que a nossa constituição almeja. Ou seja, que possamos construir juntos um Brasil verdadeiramente inclusivo”.
Além do lançamento em destaque, a Política de Proteção das Línguas Indígenas também garante que os idiomas indígenas podem ser usados em qualquer território, mesmo que não seja uma terra indígena.
As 16 línguas indígenas do Amazonas
O sancionamento da lei no estado do Amazonas acrescentou diversas línguas que já eram parte das comunidades. Agora, os 16 idiomas abaixo são oficialmente parte do estado brasileiro:
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Apurinã;
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Baniwa;
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Dessana;
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Kanamari;
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Marubo;
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Matis;
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Matses;
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Mawe;
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Mura;
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Nheengatu;
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Tariana;
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Tikuna;
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Tukano;
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Waiwai;
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Waimiri;
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Yanomami.
Rosa Weber aproveitou o evento para reforçar que muitas palavras que são amplamente usadas em outras regiões do país também são de origem indígena, como “guri”, “guria” e “maloca”.
O ato no estado nortista seria uma forma de cuidar do “futuro do Brasil”, que também representa o povo brasileiro.
(Imagem: Fellipe Sampaio/SCO/STF – Agência Brasil/Reprodução)
Constituição Federal com tradução em nheengatu
Além de outras solenidades ocorridas no evento, foi apresentada uma versão da Constituição Federal traduzida para uma língua indígena, após trinta e cinco anos de sua promulgação. O processo de tradução foi realizado por 15 indígenas bilíngues.
A escolha do nheengatu foi feita por causa da sua importância como o único idioma que ainda é falado e descende do tupi-guarani. Da mesma forma, ela é considerada como a Língua Geral Amazônica.
O lançamento da Constituição Federal traduzida em um evento histórico como esse representa a valorização da cultura indígena como parte formadora dos costumes e vocábulos brasileiros.
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