Este chá está ganhando fama por um motivo nobre: ajudar quem enfrenta depressão
Ayahuasca, tradicional em rituais religiosos, ganha notoriedade por ajudar no tratamento de depressão severa.
A ayahuasca, bebida famosa por sua utilização em cerimônias espirituais, vem sendo reconhecida por sua potencial eficácia no tratamento de depressão severa. Pesquisas apontam que essa mistura de plantas amazônicas pode ser uma aliada poderosa quando outros tratamentos falham.
De acordo com um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a ayahuasca tem demonstrado resultados significativos em pacientes com depressão persistente há mais de dez anos.
Desde a liberação para práticas religiosas em 1987, seu uso tem se expandido para o campo terapêutico.
Estudo revela eficácia da ayahuasca
A pesquisa envolveu 29 indivíduos, todos apresentando depressão há mais de uma década. Após o consumo da bebida, os pesquisadores notaram uma redução de 50% nos sintomas da doença em apenas um dia, chegando a 64% após uma semana.
Isso sugere que o consumo regular do chá auxilia na transição da depressão grave para uma forma mais leve.
Preparação da ayahuasca com seus dois ingredientes principais. (Foto: Wikimedia Commons)
Como a ayahuasca funciona?
A ayahuasca é uma mistura feita com duas plantas: o arbusto Psychotria viridis, que contém DMT, e o cipó Banisteriopsis caapi, que prolonga os efeitos do DMT. A DMT (dimetiltriptamina) é uma substância psicodélica natural que atua nos neurônios aumentando a serotonina, um elemento crucial no humor.
Além de elevar a serotonina, a bebida promove melhor irrigação sanguínea em áreas cerebrais ligadas às emoções e ao humor. Essa combinação pode explicar a redução dos sintomas depressivos nos participantes do estudo.
Cuidados e efeitos colaterais
O uso da ayahuasca exige cautela devido aos seus potenciais efeitos colaterais, como alucinações e tonturas, já conhecidos pelos líderes de rituais em que a bebida é utilizada.
Durante a pesquisa, o chá foi administrado em ambiente hospitalar controlado, com supervisão de pesquisadores para garantir segurança e eficácia.
Embora os resultados iniciais sejam promissores, mais estudos são necessários para entender a durabilidade dos efeitos antidepressivos da ayahuasca. Pesquisas futuras poderão integrar a bebida de forma segura aos tratamentos convencionais, reforçando o papel dos psicodélicos na medicina moderna.
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