IBGE mostra que mais de 4 milhões de estudantes iniciaram a pandemia sem ter acesso à internet

Com a pandemia, as instituições recorreram ao ensino remoto, entretanto boa parte dos estudantes sequer têm acesso à internet para acompanhar as aulas.

A pandemia de Covid-19 fez com que a sociedade buscasse adaptações, já que o contato presencial se tornou um risco. Nesse sentido, muitas instituições de ensino recorreram ao EAD, mas em contrapartida, os estudantes sem acesso à internet na pandemia foram bastante prejudicados com isso. Veja os detalhes.

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Estudantes sem acesso à internet – mais de 4 milhões não puderam participar do ensino remoto

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que, no final de 2019, cerca de 4,3 milhões de alunos não tinham como acessar a internet no Brasil. O levantamento incluiu o uso por meio do celular, computador, televisão ou tablet.

Ou seja, essas pessoas entraram na pandemia sem ter como participar do ensino remoto. Nesse sentido, a grande maioria desses estudantes (95,9%) eram alunos de instituições públicas de ensino. Além disso, cerca de 36% deles não tinham celular quando a pandemia começou.

Enquanto isso, apenas 174 mil alunos da rede privada não tinham acesso à internet no mesmo período. Assim, os dados evidenciam o abismo da desigualdade social no país, que se escancarou ainda mais após o início da pandemia, em março de 2020.

Disparidade no acesso à internet entre as regiões do país

Quando os dados são estratificados por região, é possível observar que no Norte e Nordeste do país, 68,4% e 77% dos estudantes da rede pública tinham acesso à internet, respectivamente. Nas demais regiões, esse percentual variou entre 88,6% a 91,3%.

Em relação à rede privada, o acesso dos estudantes à internet foi, em média, de 95% em todas as regiões do país. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, praticamente todos os alunos possuíam a conexão.

Custo da internet e dos equipamentos são um problema para as famílias

O principal problema que impede o acesso dos estudantes ao ensino remoto é o custo da internet, seguido do custo dos equipamentos eletrônicos, cujos preços dispararam durante a pandemia. Os números mostram que a renda média per capita nos domicílios com acesso à internet é de R$ 1.527, enquanto nas residências sem o serviço, é de R$ 728.

Por outro lado, a falta de incentivo governamental para promover o acesso dos estudantes à internet também é um problema. Isso porque o Ministério da Educação realizou cortes de verbas no programa Educação Conectada, que perdeu 45% do seu orçamento entre os anos de 2019 e 2020.

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