Estudo aponta qual é a ‘idade da tristeza’ e quais são suas motivações; veja
A pesquisa ouviu mais de meio milhão de pessoas de 130 países.
Desde os primeiros registros humanos na história, uma coisa ficou bastante clara: estamos numa incessante busca pela felicidade e realização pessoal. Mas, o que é felicidade?
Em termos práticos, podemos afirmar que ser feliz não está relacionado a um lugar, uma pessoa ou a uma conquista, mas a um sentimento, uma sensação e uma percepção pessoal que muitas vezes é única.
Por isso, muitas pessoas conseguem ser felizes sozinhas, enquanto outras necessitam de companhia. Do mesmo modo, a maioria de nós pode ser feliz com a simplicidade de uma vida pacata, enquanto outros se sentirão mais realizados e felizes com a fama e o status social elevado.
Outrossim, acima de tudo isso, existe o questionamento sobre se há um momento crucial para a felicidade na trajetória humana, e há quem diga que sim, esse momento existe.
Num estudo inovador do ponto de vista metodológico, o pesquisador David Blanchflower, que colabora com a Universidade de Hanover, na Alemanha, e com o Dartmouth College, nos EUA, conseguiu definir preliminarmente a “idade da tristeza”, pela qual todos devemos passar.
(Imagem: divulgação)
Os detalhes do estudo
Em sua amostragem, David Blanchflower colheu depoimentos de cerca de meio milhão de indivíduos de várias idades e 130 países diferentes, entre nações desenvolvidas, em desenvolvimento e subdesenvolvidas.
Como resultado, a pesquisa, que foi publicada na revista National Bureau of Economic Research, mostrou que existem picos de felicidade ao longo da vida humana, basicamente localizados na juventude e na velhice.
Isso ficou claro a partir das entrevistas feitas aos participantes do estudo, que foram perguntados sobre seus níveis de felicidade e bem-estar. Os jovens, até perto de 35 anos de idade, e os idosos, a partir dos 60 anos, mostraram-se mais felizes.
Dessa forma, inferiu-se estimativamente que o período de maior descontentamento com a vida ocorre entre 47 e 50 anos de idade, fenômeno compatível com a conhecida “crise da meia-idade”.
Mas, porquê?
Para esclarecer melhor os resultados do estudo, David Blanchflower explica que estes têm a ver com fatores genéticos, emocionais e fisiológicos enfrentados em cada fase da vida.
Ele ressalta que, no começo da vida, as pessoas são mais idealistas e sonhadoras, sempre prevendo um futuro grandioso. Entre 40 e 50 anos, ocorre um tempo de maior reflexão e realismo, em que pode haver, por exemplo, um sentimento de frustração pelos erros cometidos na juventude e pela ausência de algumas conquistas sonhadas.
Por fim, na velhice, as pessoas costumam se tornar mais gratas e conformadas com a vida que têm. Inclusive, os idosos tendem a ter uma percepção mais filosófica da vida, entendendo que foram agraciados com a dádiva de uma vida longa, daí a felicidade geral desse grupo.
(Imagem: divulgação)
Pontos a se atentar
Estudos como esse nos servem como um bom alerta de como devemos lidar com a vida de forma geral. É necessário tolher gatilhos de infelicidade e descontentamento, abrindo espaço para um maior bem-estar emocional, independentemente da idade.
Só a título de informação, alguns aspectos da vida que podem se transformar nesses gatilhos estão ligados à vida financeira, sentimental e profissional. Além disso, a influência das mídias digitais, onde comparações entre modos de vida são constantes, deve ser analisada com atenção e cuidado.
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