Estudo questiona impacto do castigo físico em crianças: não é tão ruim como dizem?
Análise recente sugere que o impacto do castigo físico nas crianças pode ser menos prejudicial do que se pensava, mas ressalta riscos do uso excessivo.
As palmadas, um tema controverso em discussões sobre a educação infantil, estão mais uma vez em evidência com a publicação de um novo estudo.
Pesquisadores da ‘Marriage & Family Review’ analisaram a relação entre esse método disciplinar e o desenvolvimento infantil, oferecendo novos insights que questionam a noção amplamente aceita de que palmadas causam danos significativos ao comportamento e bem-estar das crianças.
Por décadas, associações de psicólogos e educadores têm defendido que o uso de palmadas pode levar a consequências negativas, como aumento da agressividade, ansiedade e problemas de desempenho social.
No entanto, esse novo estudo desafia essas premissas, sugerindo que o impacto das palmadas no desenvolvimento infantil pode ter sido exagerado.
Descobertas do estudo
O professor Robert E. Larzelere, da Oklahoma State University, liderou a análise ao longo de quatro décadas. A pesquisa focou em quatro aspectos: problemas externalizantes, problemas internalizantes, desempenho cognitivo e competência social das crianças.
Larzelere destaca que o castigo físico não causa consequências negativas, a menos que seja utilizado de forma excessiva ou por malícia.
Pesquisas descobriram que os efeitos das palmadas são menos nocivos do que se imaginava – Imagem: Reprodução
Os pesquisadores examinaram um tipo específico de castigo físico, chamado ‘spanking de backup’, que consiste em duas palmadas leves nas nádegas da criança.
Estudos controlados indicaram que essa abordagem pode ser mais eficaz do que permitir que as crianças saiam do castigo sem consequências. No entanto, a eficácia diminui conforme as crianças envelhecem.
Efeitos por faixa etária
- Crianças de 2 a 6 anos mostraram ligeira melhora no comportamento;
- Crianças de 8 a 11 anos associaram-se a piores resultados, sugerindo a eficácia reduzida do método.
Larzelere sugere que as palmadas podem ser eficazes em crianças mais novas, especialmente quando outras técnicas falham.
A prática pode ser gradualmente eliminada à medida que as crianças aprendem a cooperar com respostas disciplinares mais suaves.
Embora o estudo indique que a punição física controlada possa não ser tão prejudicial quanto se pensava, os especialistas alertam para os riscos do uso excessivo.
O equilíbrio e o uso responsável são cruciais para evitar consequências negativas no desenvolvimento infantil.
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