Estudo revela relação entre poluição do ar e crises de asma infantil
Pesquisa utilizou dados da qualidade do ar nas cidades em que os voluntários moravam, o que apontou uma correlação entre a poluição e a asma.
No dia 7 de janeiro, uma revista científica dos Estados Unidos, The Lancet, publicou um estudo que relaciona dois componentes da poluição do ar com crises de asma não viral entre crianças e adolescentes. Os poluentes em questão são o ozônio (O3) e o material particulado fino (PM2.5).
Poluição x asma infantil
Segundo a análise dos cientistas, ficou concluído haver mais incidência dessas crises inflamatórias das vias aéreas entre as crianças e adolescentes que residem em áreas urbanas de baixa renda nos Estados Unidos.
De acordo com os pesquisadores: “A prevalência e a gravidade da doença respiratória aumentaram acentuadamente com a urbanização e as crianças em centros urbanos de baixa renda têm uma das maiores morbidades da asma. A poluição do ar externo tem sido associada a efeitos respiratórios adversos em crianças e adolescentes com asma”.
Como foi feita a pesquisa?
Para a realização da pesquisa, foram utilizadas 208 crianças e adolescentes na faixa dos 6 aos 17 anos de idade como voluntários, que já possuíam propensão aos quadros asmáticos e residiam em áreas urbanas de nove cidades de baixa renda nos Estados Unidos. Foram incluídos 80% dos participantes na análise, ou seja, 168 pessoas.
Os pesquisadores utilizaram os índices de qualidade de concentrações de poluentes atmosféricos e a qualidade do ar dos municípios em que os voluntários residiam, levando em consideração os relatos de crises de asma de cada um deles.
Ainda, foram utilizadas 419 pessoas com idades de 6 a 20 anos, portadoras de asma alérgica persistente e que moram em áreas urbanas de outras oito cidades dos Estados Unidos. No final, o impacto dos poluentes analisados atingiu aproximadamente 45% delas, o que representa 189 voluntários afetados.
De acordo com a pesquisa, os voluntários tiveram as crises em razão da poluição e não do vírus. “Identificamos que o aumento dos valores do índice de qualidade do ar, impulsionado predominantemente pelo aumento das concentrações de material particulado fino (PM2.5) e ozônio (O3), foi significativamente associado a exacerbações de asma e diminuição da função pulmonar que ocorreram na ausência de uma infecção viral desencadeadora”, destacam os pesquisadores.
Por fim, a pesquisa sugere que a poluição do ar é um fator de risco a ser considerado em relação ao aumento de quadros asmáticos em crianças e adolescentes que moram em áreas urbanas, estando potencialmente associada com um maior número de inflamações nas vias aéreas.
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