Combate ao câncer de pulmão: como exames preventivos podem salvar vidas

Os exames de rotina são indispensáveis: facilitam na descoberta de uma doença em estágio inicial e inibem o avanço do câncer.

Há uma diferença social evidente entre homens e mulheres: desde cedo, as mulheres são incentivadas a cuidar da saúde e a se submeterem a exames com facilidade. Em contrapartida, para os homens, os exames e a rotina saudável enfrentam uma série de tabus e regras que questionam erroneamente a masculinidade.

O público masculino, por exemplo, precisa fazer o exame de toque retal ao completar 50 anos e muitas vezes se prepara psicologicamente para esse momento ao longo da vida, apesar de ser um procedimento indolor. Esse exemplo certamente reflete uma sociedade que não considera a rotina frequente de cuidados com a saúde como uma necessidade.

A falta de realização de exames com frequência pode ser um problema de grandes proporções. Doenças mais avançadas, como o câncer, precisam ser descobertas precocemente para que o tratamento possa ser efetivo no controle da doença.

Câncer pulmonar

De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de pulmão é o segundo com maior número de incidências. Somente em 2023, cerca de 30 mil brasileiros foram diagnosticados com a doença, sendo o quinto câncer mais frequente em mulheres e o quarto câncer mais frequente em homens.

Como afirmou o pneumologista João Batista de Sá Filho, do HU-UFMA, o tabagismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão, sendo responsável por 80% dos casos da doença.

Exames de rotina

Há relatos de que há fumantes que nunca realizaram exames pulmonares para acompanhar a saúde do órgão. A Beneficência Portuguesa (BP) de São Paulo lançou o programa Chek-up Pulmonar, que oferece exames pulmonares direcionados ao público com maior chance de desenvolver a doença, além de apoiar pesquisas na área.

Segundo o pneumologista Felipe Marques da Costa, da Beneficência Portuguesa (BP), quando a doença é descoberta em fase inicial, o paciente tem 90% de chance de cura, mesmo que seja ou tenha sido fumante.

Edmundo Caboclo tornou-se recentemente um membro do projeto BP. Ele conta que sempre se preocupou em realizar exames, pois foi fumante por muitos anos e sua mãe faleceu de câncer no pulmão. Apesar de ter sido alertado diversas vezes sobre a necessidade de parar de fumar, os especialistas nunca indicaram a forma correta para isso ou a importância de fazer exames de rotina para acompanhar a saúde do órgão.

Enquanto as pesquisas sobre prevenção avançam, especialistas estudam as melhores formas de orientar os pacientes a adotar uma rotina de exames e práticas saudáveis. De qualquer forma, os exames de rotina para homens e mulheres continuam sendo indispensáveis.

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