No mínimo, 272 espécies de animais ameaçam alguns ecossistemas no Brasil
A constatação foi feita pelo Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, que se dedica a monitorar espécies de animais exóticos.
Em seus mais de 18 anos de atuação, o Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental tem se dedicado a registrar a presença de animais exóticos invasores nos diversos ecossistemas brasileiros.
De acordo com a ONG, atualmente existem aproximadamente 272 espécies consideradas exóticas no Brasil, todas elas não nativas da região e capazes de reproduzir-se rapidamente.
Ainda de acordo com a entidade, esses animais têm potencial de se disseminar sem controle, representando uma ameaça à diversidade biológica local.
A lista desses animais inclui alguns que já são conhecidos pela população, como o lagarto anolis-marrom, o lagostim-vermelho e a caranguejola, dentre centenas de outras espécies.
Esses animais chegaram ao país de diversas maneiras, tanto de forma acidental, vindo através de navios, quanto de forma proposital, para serem utilizados como alimento ou como animais de estimação, por exemplo.
Os riscos que as espécies não nativas podem causar
Devido ao fato de serem oriundos de habitats naturais fora do Brasil, a presença desses animais exóticos pode comprometer o equilíbrio ambiental, afetando gravemente alguns ecossistemas brasileiros.
Algumas dessas espécies invasoras atuam como predadores, enquanto outras danificam a vegetação nativa e ocupam territórios que deveriam ser reservados para os animais nativos da região.
Além disso, há também uma grande preocupação com a transmissão de doenças, que pode afetar a fauna local, tornando-a mais vulnerável a infecções parasitárias.
Por fim, ainda existe o risco de que essas doenças sejam transmitidas aos humanos através do consumo desses animais exóticos ou da transmissão de vírus, bactérias e fungos por meio de vetores, como mosquitos.
Inclusive, o Aedes aegypti, o famoso “mosquito da dengue”, veio parar no Brasil de forma acidental. A espécie é nativa da África e ninguém sabe ao certo como chegou às terras tupiniquins.
Como forma de tentar frear esse “ataque” aos biomas brasileiros, em 2018 o Ministério do Meio Ambiente instituiu a “Estratégia Nacional para Espécies Exóticas Invasoras”.
O intuito dessa iniciativa é desenvolver um melhor rastreamento e acompanhamento das espécies invasoras e, assim, conceber planos específicos para lidar com esses animais inativos e preservar as áreas afetadas.
O sucesso dessa empreitada significa a proteção de animais e plantas nativos do Brasil, nos seus mais diversos ecossistemas.
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