Faculdades EAD não preparam bem os professores, de acordo com pesquisa; confira
Estudo analisou as respostas de 6.775 entrevistados, entre julho e dezembro de 2022.
De acordo com uma pesquisa da ONG Todos pela Educação, cerca de 84% dos docentes entrevistados responderam que os professores que se formam em cursos presenciais saem da universidade mais bem-preparados do que aqueles que estudam em instituições a distância. Esse estudo analisou as respostas de 6.775 entrevistados, entre julho e dezembro de 2022. Todos são funcionários de escolas públicas municipais e estaduais, do ensino fundamental I ao ensino médio.
Existem vantagens e desvantagens em cada modalidade de ensino. Um curso presencial pode oferecer uma interação mais direta entre alunos e professores, permitindo uma troca de experiências e um aprendizado mais dinâmico. Por outro lado, um curso a distância pode oferecer mais flexibilidade de horários, permitindo que o aluno possa conciliar estudos e trabalho.
Esse estudo trouxe muita preocupação. Isso porque, segundo o Censo de Educação Superior, 61,1% dos concluintes dessas graduações vieram da EAD em 2020. O que significa que há um grande avanço da educação a distância nos cursos de formação de professores. Em graduações EAD, as aulas são muito mais teóricas e não preparam os profissionais para a realidade das escolas. Além disso, os mecanismos de avaliação de qualidade são fracos e falhos, somados à falta de regulação na abertura/fechamento de cursos.
Principais desafios dos professores
Ainda de acordo com a pesquisa, os maiores desafios dos professores no dia a dia são:
- Desinteresse dos estudantes;
- Defasagem na aprendizagem.
Com isso, segundo a pesquisa, será necessário que os governos invistam em apoio psicológico (tanto para professores como para alunos), aumento salarial, programas de reforço e recuperação. Gabriel Corrêa, diretor de Políticas Públicas do Todos pela Educação, disse que é preciso rever a forma como os cursos são avaliados e fortalecer programas de aproximação dos futuros professores com as escolas públicas.
“Cabe, ainda, às secretarias de Educação, investir em boas políticas de formação continuada, buscando o desenvolvimento profissional dos professores ao longo de toda a sua carreira. Os professores iniciantes, por exemplo, precisam de muito mais apoio do que têm recebido.”
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