Falta de álbuns e figurinhas da Copa do Mundo é assunto do Governo Federal
A chamada "crise de figurinhas" na Argentina começou logo que as vendas dos álbuns da Copa do Mundo 2022 foram iniciadas no dia 24 de agosto. Entenda a situação.
Estamos cientes que a Argentina vive um momento bastante complicado, especialmente relacionado à economia, cuja situação é justificável por causa dos números da inflação anual que ultrapassam 70%. Inclusive, já estão sendo registradas a ausência de produtos importados, um aumento na pobreza e também no desemprego.
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Mesmo nesta situação, na tarde de terça-feira, 20, alguns funcionários do Ministério da Economia e também da Secretaria de Comércio Interior dispuseram de quatro horas para realizar uma mediação entre a fabricante dos álbuns de figurinhas da Copa do Mundo, a Panini, com o sindicato de quiosques e bancas de jornal da Argentina.
Eles têm feito reclamações de que a empresa tem dado prioridade somente para a distribuição dos álbuns e das figurinhas às redes de supermercados ou plataformas de compras online, como é o caso do Mercado Livre.
“O resultado dessa estratégia é esse”, foi o que Horácio Shipane, de 42 anos, falou para a reportagem. Ele é dono de um quiosque no bairro de Villa Urquiza e mostrou que também há uma fila muito extensa de adolescentes e diversos adultos que estavam aguardando a chegada de um carregamento com os produtos.
“Minha banca sempre foi referência em vendas de figurinhas. Os garotos sempre se reuniram aqui em frente para trocar, para jogar, para completar os seus álbuns. Era assim com o meu pai também. É o tipo de tradição que passa de pai para filho e que agora, com essas lojas online, são destruídos”, completou ele.
Jonathan, um rapaz de 14 anos chamado, mostrava a sua figurinha do francês Kylian Mbappé e dava ouvido para as ofertas: “troco por 20”, “troco por um álbum quase completo”, “pago 3 mil pesos”.
Crise das figurinhas já dura um mês
Essa crise de figurinhas na Argentina começou logo que iniciaram as vendas dos álbuns da Copa do Mmundo no dia 24 de agosto. “No da Rússia, tivemos muita procura, agora está sendo demais. Eu acho que é porque será a última Copa do Messi”, foi o que apontou Gonzalo Cortizo, 28 anos, administrador de um quiosque na avenida Corrientes. “Me animei quando chegaram, coloquei bandeiras da Argentina e várias camisetas, decorei a loja. Mas depois as pessoas começaram a pedir direto o álbum, e eu não tinha mais. Isso ou não tinha as figurinhas. Foi uma decepção”.
Uma professora de 43 anos também muito impaciente sobre o assunto. Falou que estava prometendo para o seu filho Leonardo de comprar o álbum completo no Mercado Livre, desde que eles saíssem da fila. “Mas qual a graça?”, perguntava o filho. Para o pessoal da reportagem, ela disse: “Isso é fantasia que os pais colocam nas cabeças dos filhos, manias de meninos. Hoje o mundo é diferente. Imagina se me pedem para ir à banca de jornal comprar uma revista ou um jornal. O mundo mudou!”.
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