Fim do mistério? Papiro indica local onde Platão estaria enterrado
Documento importante encontrado na Itália pode revelar o local em que Platão teria sido sepultado.
O enigma sobre o local de sepultamento de Platão, um dos mais proeminentes pensadores da Grécia Antiga, pode finalmente ter sido desvendado.
Durante séculos, pesquisadores conjecturaram que o filósofo estaria enterrado próximo à lendária Escola Platônica de Atenas, que ele fundou.
Agora, um estudo conduzido pela Universidade de Pisa, na Itália, trouxe à luz detalhes mais precisos sobre esse possível local de repouso final, através da análise e restauração de pergaminhos milenares encontrados na soterrada cidade de Herculano.
A descoberta, divulgada recentemente pelo Conselho Nacional de Pesquisa da Itália (CNR), promete lançar uma nova luz sobre a vida e os últimos dias desse ícone do pensamento ocidental.
A descoberta de um novo papiro
O papiro recuperado, um trecho do manuscrito ‘História da Academia’ atribuído ao filósofo epicurista Filodemo de Gadara, revelou-se uma peça crucial na elucidação do enigma do sepultamento de Platão.
Através de avançadas tecnologias de restauração documental, aproximadamente mil palavras do texto foram identificadas, representando cerca de 30% do conteúdo original.
Entre as informações restauradas, uma descoberta surpreendente capturou a atenção dos pesquisadores: a localização precisa do túmulo do ilustre filósofo.
Conforme detalhado no manuscrito, Platão foi enterrado em um jardim privado próximo ao local conhecido como Mouseion, ou sacellum, uma construção sagrada dedicada à veneração das musas e divindades da época.
Papiro encontrado que indica onde Platão foi sepultado – Imagem: Consiglio Nazionale delle Ricerche (CNR)/Reprodução
Segundo Kilian Fleischer, um dos envolvidos no projeto, a restauração do papiro possibilitou a integração ou reexame de passagens anteriormente fragmentadas.
O aumento no texto equivale aproximadamente à descoberta de dez novos fragmentos de papiro de tamanho médio.
As novas leituras frequentemente se baseiam em informações concretas sobre a Academia de Platão, a literatura helenística, Filodemo de Gadara e a história antiga em geral.
Os pergaminhos em questão foram carbonizados durante a erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C., um evento catastrófico que não apenas devastou a cidade de Herculano, mas também sua vizinha Pompeia.
*Contém informações exclusivas da Revista Galileu.
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