Foi descoberto o motivo da extinção do maior primata da história

Em mais um estudo acerca desse gigante, os cientistas conseguiram estimar o período específico do seu desaparecimento.

De acordo com informações veiculadas pelo jornal britânico The Guardian, um grupo de cientistas conseguiu decifrar o enigma por trás do desaparecimento do Gigantopithecus blacki, o maior primata que já existiu.

Em um estudo publicado na revista Nature, os especialistas explicaram que a criatura sofreu com mudanças climáticas e a transformação do seu habitat, que acabou restringindo a oferta de comida.

Esses macacos, também chamados apenas de “Gigantos”, tinham cerca de três metros de altura e pesavam entre 200 kg e 300 kg. Ou seja, eram animais que demandavam bastante espaço e altos volumes de alimento.

Paralelamente, sabe-se que as florestas onde o Gigantopithecus blacki vivia começaram a se transformar em savanas e campinas há 700 mil anos atrás, o que acabou mudando seu habitat e dando início à sua extinção.

O grandão não conseguiu se adaptar ao novo mundo

Até pouco tempo atrás o motivo do desaparecimento do Giganto era um total mistério. Contudo, uma nova abordagem chegou a termo e apontou uma solução para tal mistério.

Kira Westaway, doutora e co-autora desse novo estudo, explica que a atual pesquisa focou em examinar dentes de Gigantopithecus blacki encontrados em cavernas da China. Por sua vez, esses dentes deram pistas da mudança brusca de dieta que os macacos gigantes tiveram de enfrentar.

(Imagem: Wikimedia Commons/Arquivo Pessoal Professor Wei Wang/reprodução)

Ao mesmo tempo, sedimentos analisados em outras cavernas chinesas e em sítios arqueológicos próximos comprovaram que o ambiente onde o Giganto vivia passou por grandes mudanças que lhes foram fatais.

Dentre essas mudanças, é apontado que alguns frutos que serviam como base alimentar para o Gigantopithecus blacki simplesmente desapareceram, forçando os grandões a comer galhos, folhas e outros elementos que não demonstraram potencial nutritivo suficiente.

“Giganto escolheu um alimento alternativo pouco nutritivo – ele comia coisas realmente fibrosas, como cascas de árvore e galhos no chão. Ele simplesmente não conseguiu se adaptar”, disse a doutora Kira Westaway.

De acordo com Hervé Bocherens, que é professor da Universidade de Tuebingen, na Alemanha, e autor de um estudo anterior sobre o Giganto, essa inflexibilidade do primata já havia sido observada.

Ele explica que em seu estudo já havia ficado claro que em algum momento o Gigantopithecus precisou mudar de dieta e simplesmente não conseguiu se adaptar, basicamente “morrendo de fome”.

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