Fóssil falsificado? Revista levanta suspeitas sobre monstro pré-histórico

Tomografia é solicitada para verificar a autenticidade de fósseis de mosassauro encontrados em uma mina marroquina.

Há cerca de quatro anos, pesquisadores identificaram uma nova espécie de mosassauro, caracterizada por dentes que lembram lâminas serrilhadas. Encontrados em uma mina de fosfato na província de Khouribga, Marrocos, esses fósseis pertencem a um réptil que viveu há 66 milhões de anos.

No entanto, a autenticidade dessa descoberta está sendo questionada. O motivo é que, recentemente, evidências sugeriram que a mandíbula pode ter sido alterada, levantando suspeitas de falsificação.

A questão está sendo investigada por meio de tomografias computadorizadas, a pedido de uma equipe de especialistas. Se confirmado, o caso de fraude deverá ser reconhecido pela literatura científica.

O enigma do mosassauro

O mosassauro, denominado Xenodens calminechari, foi descrito a partir de fragmentos de uma mandíbula parcial e quatro dentes associados. Essa espécie fascinou os cientistas devido às suas características únicas, destacando a singularidade do animal.

Ele foi inicialmente descrito com dentes curtos e em formato de lâmina. No entanto, as descobertas estão sob revisão crítica após um estudo publicado em dezembro de 2024 na revista The Anatomical Record.

Descoberta de nova espécie de mosassauro pode estar envolvida em fraude. (Foto: Reprodução/ Xataka)

Sharpe e sua equipe identificaram inconsistências biológicas, como a proximidade excessiva de dentes no mesmo alvéolo, um padrão não observado em outras espécies. Esse detalhe foi crucial para levantar suspeitas de fraude.

Esclarecimentos necessários

A suspeita de modificação foi reforçada por Mark Powers, que destacou a presença de material adicional nos dentes. Essa anomalia, chamada de “superposição medial”, não ocorre naturalmente nos mosassauros, sugerindo a manipulação dos fósseis.

  • Os fósseis apresentam dentes muito próximos, o que é raro.
  • Material adicional nos dentes levanta suspeitas de fraude.
  • Tomografia computadorizada é solicitada para análise detalhada.

Interações entre especialistas

Durante a investigação, Sharpe trocou ideias com Nick Longrich, responsável pela descoberta em 2021. Essa comunicação gerou novas dúvidas sobre a integridade dos fósseis. Longrich insistiu na importância de mais análises.

Outros cientistas que não participaram do estudo original também questionaram a autenticidade dos fósseis. A análise por tomografia é vista como essencial para esclarecer essas dúvidas.

A possibilidade de fraude não apenas impacta o estudo da espécie, mas também serve como alerta sobre práticas ilegais na venda de fósseis. A análise mais profunda poderá confirmar ou refutar a autenticidade, garantindo a integridade da ciência paleontológica.

você pode gostar também

Comentários estão fechados.