França Antártica – O que foi, resumo, mapa e período histórico
O período seguinte à chegada dos portugueses ao Brasil ficou marcado por uma série de invasões, sendo que a dos franceses foi uma das mais bem-sucedidas.
O que foi a França Antártica? A França Antártica foi uma colônia francesa estabelecida no litoral brasileiro entre 1555 e 1560, mais precisamente no território que faz parte do atual estado do Rio de Janeiro.
Contexto histórico
Mesmo antes da chegada dos portugueses no Brasil, por conta da expansão e das conquistas marítimas dos países europeus, diversos tratados foram firmados nos séculos XV e XVI. A finalidade era proteger as terras conquistadas por portugueses e espanhóis das invasões de outras nações.
O mais notório deles foi o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, pouco tempo depois da chegada de Cristóvão Colombo à América, em uma missão da Corte Espanhola. Passados seis anos os portugueses chegaram ao Brasil. O acordo teve como objetivo a divisão dos territórios ultramarinos conquistados pelos dois países.
Contudo, as demais nações europeias ficaram insatisfeitas por não terem sido contempladas. Não só no Tratado de Tordesilhas, mas também na Bula Inter Coetera, que cuidou da divisão da costa africana. Dessa forma, esses países se empenharam em conquistar as terras a seu próprio modo.
No nosso país houve embates entre os colonizadores lusitanos e invasores europeus desde 1500, até por volta de 1654, quando os últimos holandeses derrotados deixaram o Brasil.
França Antártica
Embora a história oficial afirme que os portugueses só chegaram no Brasil em 1500, inúmeros relatos dão conta de que antes disso outros navegadores tenham noticiado a existência das terras além-mar.
Alguns historiadores, inclusive, afirmam que muitos desses exploradores eram franceses, que vinham até aqui, principalmente, para tratar de acordos comerciais com os indígenas nativos.
Dessa forma, é possível que desde o final do século XV, ou seja, antes do descobrimento, já houvesse relação entre europeus e habitantes do Novo Mundo. Um fato importante, é que essas expedições eram feitas por pessoas que não tinham relações oficiais com o governo francês.
Em 1555, uma expedição que contava com apoio do rei da França, Henrique II, o Almirante da Marinha Real, Gaspar de Coligny, do cardeal de Lorena, Duque de Guise e de comerciantes franceses, parte rumo ao Brasil com a intenção de ocupar territórios.
Comandados por Nicolau Durand Villegaignon, eles desembarcaram na atual cidade do Rio de Janeiro. Até então inexploradas pelos portugueses, foram tomadas a Baía de Guanabara, ilha de Serigipe (atual ilha de Villegaignon), Uruçu-mirim (atual Flamengo), Paranapuã (atual ilha do Governador) e Lage. Estava formada a França Antártica.
Cerca de 600 colonos, incluindo mercenários, camponeses, pequenos proprietários católicos, protestantes e aventureiros se estabeleceram na região invadida. Além da exploração do pau-brasil, que era altamente lucrativo, havia intenção de abrigar os franceses vítimas de perseguições religiosas, que estavam muito acirradas na europa.
A princípio, como ainda não contavam com a mão de obra dos africanos escravizados, os portugueses subjugaram muitos indígenas a condição de escravos, o que fez com que eles desejassem a expulsão dos colonizadores.
Ao contrário dos lusitanos, os franceses tornaram-se aliados dos índios, o que foi um facilitador na hora de se fixar aqui, já que Tamoios e Tupinambás também desejavam a expulsão dos homens de Portugal. A essa união, deu-se o nome de Confederação dos Tamoios.
O empreendimento dos invasores teve sede na ilha de Serigipe, porém, pouco tempo depois de iniciado, surgiram as primeiras dificuldades. As péssimas condições de alimentação, graves doenças que acometeram os imigrantes e a pouca disponibilidade de itens essenciais fizeram com que muitos deles se tornassem desertores.
Além disso, as políticas rígidas Villegaignon, que colocava diversas restrições aos franceses, fizeram com que a nova colônia perdesse sua força dentro de pouco tempo, afugentando possíveis investimentos.
Simultaneamente, em uma tentativa fracassada, o então governador-geral, Duarte da Costa, organizou uma expedição militar que tinha como objetivo eliminar os invasores.
Outro processo de expulsão dos franceses teve início a partir de março de 1560, durante o governo de Mem de Sá, quando os portugueses tomaram a fortaleza da França Antártica, o forte de Coligny, fazendo com que os invasores se dispersassem pelas matas.
Em 1565 a expedição liderada por Estácio de Sá, que incluía os jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta, expulsou definitivamente os franceses. Com o intuito de demonstrar a soberania de Portugal, no mesmo ano foi fundada a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Os jesuítas foram muito importantes nesse processo, uma vez que atuaram na dissolução da Confederação dos Tamoios e “pacificaram” os indígenas, colocando fim ao apoio deles aos franceses.
Como consequências da França Antártica, o governo brasileiro intensificou a colonização do território brasileiro e o dividiu em dois, com o objetivo de aprimorar a administração colonial. Uma parte do governo tinha sede em Salvador, enquanto a outra ficou no Rio de Janeiro.
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