Geólogos revelam continente submerso próximo à costa brasileira
Descubra como a expedição Brasil-Japão trouxe à luz um continente submerso, que pode redefinir as fronteiras e a história geológica do Brasil.
Em uma expedição que uniu esforços brasileiros e japoneses, cientistas fizeram uma descoberta que pode redefinir não só as fronteiras marítimas do Brasil, mas também a compreensão sobre a história geológica de nosso planeta.
Durante a pesquisa realizada no Elevado Rio Grande, uma vasta cordilheira submersa localizada a mais de mil quilômetros da costa brasileira, a presença de granito – uma rocha tipicamente continental – foi identificada, desafiando a antiga crença de que tal formação seria composta exclusivamente por rochas vulcânicas.
Esta revelação não apenas sugere que parte deste elevado é uma extensão da plataforma continental brasileira, que teria afundado há cerca de 130 milhões de anos durante a separação do continente sul-americano da África, mas também pode expandir significativamente a zona econômica exclusiva do Brasil. Com isso, o país ganharia direitos de monopólio sobre as riquezas marinhas presentes nesse novo território.
Imagem: Reprodução
A expedição, fruto de uma colaboração entre a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), a Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia da Terra e do Mar (Jamstec), e a Universidade de São Paulo (USP), contou com tecnologia de ponta. O submersível Shinkai 6500, operado a partir do navio japonês Yokosuka, permitiu um estudo detalhado das formações rochosas, antes impossível. Os mergulhos realizados ofereceram não apenas uma janela para o passado geológico da Terra, mas também abriram um novo capítulo na pesquisa marinha e geológica do Brasil.
Essa descoberta não é apenas uma conquista científica de imensa importância; ela carrega o potencial de mudar a história do Atlântico Sul e fortalecer a posição do Brasil no cenário mundial. A área, comparável à metade do estado de São Paulo, é agora vista sob uma nova luz, não apenas como um pedaço submerso do continente sul-americano, mas como uma extensão legítima do território brasileiro, com todas as implicações econômicas e geopolíticas que isso acarreta.
Diante de tal achado, a comunidade científica e o governo brasileiro se preparam para etapas futuras de investigação, que incluem perfurações e estudos mais aprofundados. A perspectiva de confirmar e mapear este novo continente submerso abre um universo de possibilidades, desde a reivindicação de direitos exclusivos sobre recursos naturais até a redefinição das rotas marítimas e áreas de proteção ambiental.
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