Guerra do Golfo – História, Resumo, o que foi, causas e consequência
Saiba qual foi a história do conflito entre Iraque e forças da Coalizão Internacional lideradas pelos Estados Unidos ocorrido no início da década de 90.
As disputas visando a conquista de riquezas minerais e naturais, como água e petróleo, são problemas históricos enfrentados por diferentes países do mundo, especialmente África e Oriente Médio. Um dos exemplos passíveis de citação na história recente é a Guerra do Golfo, conflito travado no início da década de 90 após a invasão do Kuwait pelo Iraque.
A guerra envolveu, além do Iraque, a Coalizão Internacional sancionada pela Organização das Nações Unidas (ONU) composta por 34 países liderados pelos Estados Unidos. O conflito foi, intensamente, coberto pela mídia internacional e colocou em evidência o nome de um dos líderes de governo mais polêmicos do mundo, Saddam Hussein.
Contexto histórico da Guerra do Golfo
Antes de falarmos da Guerra do Golfo, precisamos compreender o contexto histórico no qual o conflito e os países envolvidos estavam inseridos. A guerra teve seu início em 1990, pouco tempo depois de fatos importantes relacionados ao que seria o fim da Guerra Fria, como a Queda do Muro de Berlim e a crise do socialismo.
Nesse período, houve intensa mudança nas relações internacionais e os Estados Unidos começaram a se destacar como grande potência mundial. Com o fim da União Soviética, de quem o Iraque era aliado, as tensões já existentes entre os dois países se solidificaram. De um lado, o apoio americano ao estado de Israel. Do outro, aliança iraquiana a grupos terroristas árabes e palestinos.
O que foi a Guerra do Golfo
A Guerra do Golfo foi um conflito armado iniciado em 1990 entre o Iraque e as forças da Coalizão Internacional Organizada pela ONU. As batalhas tiveram seu fim oficial em abril de 1991 quando o cessar fogo foi reconhecido internacionalmente.
Como começou a Guerra do Golfo
A Guerra do Golfo teve início em agosto de 1990 quando tropas iraquianas invadiram o território do Kuwait. O fato é que as relações diplomáticas entre os dois países já estavam estremecidas há décadas, tanto por razões econômicas quanto territoriais. Primeiro, o Kuwait fazia parte da província de Baçorá, território mais tarde reivindicado pelo Iraque.
A fronteira entre Iraque e o país vizinho foi desenhada pelos ingleses em 1922, após um tratado efetuado pela família real kuwaitiana. Porém, a independência do Kuwait fez com que o Iraque perdesse sua única saída para o mar, bem como a rejeição de qualquer tipo de provisão iraquiana no país.
Somada a isso, estava a crise econômica enfrentada pelo Iraque ao fim da Guerra com o Irã, em 1988. À beira do colapso, o país tentou negociar parte de sua dívida com seus dois maiores credores – Arábia Saudita e Kuwait. Nenhum dos dois aceitou perdoar parte do débito, dificultando a situação iraquiana.
A maior fonte de renda do Iraque provinha da exploração do petróleo o que, mais uma vez, foi afetada pela influência do país vizinho. A alta produção kuwaitiana e dos Emirados Árabes fez com que seus barris fossem vendidos a preços muitos menores que o praticado. Para não perder mercado consumidor, o Iraque precisou baixar seu preço de USD 18 para USD 10 o barril, o que lhe causou prejuízos inestimáveis.
Os iraquianos, então, pediram por indenização milionária ao Kuwait, solicitação, obviamente, negada. Ainda no início de 1990, os iraquianos seguiam confrontando as práticas vizinhas, ameaçando revidar com iniciativas militares diretas. Em julho do referido ano, os Estados Unidos denunciaram a presença de 30.000 soldados na fronteira sul entre os dois países.
A partir daí, começaram a movimentar suas próprias tropas para o Golfo Pérsico, em meio a outras tensões relacionadas à exploração de petróleo na região e formação de alianças.
Como foi a Guerra do Golfo?
A invasão do Kuwait pelo Iraque foi, imediatamente, condenada pela ONU que, da sua parte, exigiu a retirada das tropas por meio de um documento. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos organizaram tropas e aviões para envio à Arábia Saudita preparando-os para uma possível invasão militar.
O Iraque ignorou a exigência da ONU e manteve seu exército no país vizinho. Como resposta, a ONU autorizou a intervenção da Coalizão composta por 34 países liderados pelos Estados Unidos. Entre as nações componentes, estavam Egito, Inglaterra, França, Síria, Espanha, Itália, Omã e Arábia Saudita.
As tropas iraquianas se posicionaram na fronteira em julho de 1990, iniciando a invasão na manhã do dia 02 de agosto. Neste mesmo mês, os caças norte-americanos chegaram à Arábia Saudita, dando início à operação conhecida como Desert Shield. Em novembro, o Conselho de Segurança da ONU ordenou a libertação do Kuwait mas, concedendo ao Iraque prazo de desocupação até janeiro de 1991.
Perante a inércia iraquiana, o ataque da coalizão teve início em janeiro de 1991 com duração de um mês e meio. O acordo de cessar-fogo foi assinado em março de 1991 mas, reconhecido no mês seguinte.
O fim e as consequências da Guerra do Golfo
O Iraque saiu derrotado da Guerra do Golfo e o sinal do cessar fogo foi aceito em abril de 1991. Com isso, o país precisou retirar suas tropas do Kuwait mediante o embargo econômico imposto pela ONU.
Porém, além dos prejuízos econômicos para o Iraque, a consequência mais triste deu-se nos campos de batalha. O saldo da guerra foi a morte de milhares de soldados e civis, além da mutilação de grande parte dos sobreviventes.
Mesmo com a perda do conflito, Saddam Hussein permaneceu no poder e, com o passar dos anos, teve algum êxito em reorganizar a economia e o exército iraquianos. Durante o conflito, é importante a maior mobilização de recursos bélicos e humanos desde a Segunda Guerra Mundial, além da larga cobertura por parte da mídia.
Nesse ponto, consideramos a participação da rede CNN que esteve, diretamente, presente na transmissão do conflito. Em números, a Guerra do Golfo teve a participação de 956.600 militares da coalizão contra 650.000 iraquianos. Ao final, foram 292 mortos da coalizão contra quase 50.000 na parte do Iraque.
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