Hipotireoidismo – O que é, sintomas, diagnóstico, prevenção e tratamento

Saiba o que é hipotireoidismo, quais são as causas, sintomas, tratamento, como fazer o diagnóstico, os fatores de risco e as possíveis complicações

Hipotireoidismo é uma doença na glândula da tireoide. Essa glândula faz parte do sistema endócrino e é localizada na região anterior do pescoço, além disso ela é responsável pela regulação dos hormônios.

O hipotireoidismo é caracterizado pela diminuição de produção dos hormônios triiodotironina (T3) e tiroxina (T4).

Devido a diminuição de produção de hormônios, essas substâncias não são produzidas em quantidade suficiente para o organismo. Embora essa doença seja comum entre mulheres acima de 50 anos, e com histórico familiar, também pode atingir outras pessoas, independente de idade e gênero.

Confira as causas, sintomas, como fazer o diagnóstico e qual o tratamento para essa doença que compromete a qualidade de vida e atinge cerca de 2 milhões de pessoas por ano, no Brasil.

Causas do hipotireoidismo

O hipotireoidismo pode acontecer quando há um problema na tireoide, o qual a impede de secretar o T3 e o T4, ou quando há um problema na hipófise.

A hipófise é uma glândula localizada no cérebro, que controla a produção de T3 e T4, por meio do TSH, hormônio responsável por estimular a tireoide. Quando a secreção do TSH é inibida, a produção dessas substâncias também é inibida.

No entanto, a principal causa do hipotireoidismo é a disfunção autoimune denominada Tireoidite de Hashimoto. Por motivos ainda desconhecidos, o organismo produz anticorpos que deterioram a tireoide e diminuem a capacidade de produzir hormônios.

Sinais e sintomas do hipotireoidismo

A gravidade do caso influencia no sinais e sintomas que podem aparecer. Na maioria das vezes, os sinais e sintomas se desenvolvem lentamente, podendo levar até anos para serem percebidos.

Entre os sinais e sintomas do hipotireoidismo que podem ser percebidos estão:

  • Pele seca e enfraquecimento de unhas e cabelo;
  • Cansaço, sonolência e movimentos e falas lento;
  • Prisão de ventre;
  • Bócio, ou seja, o aumento da tireoide, sendo perceptível com abaulamento na região do pescoço;
  • Inchaço e ganho de peso.

Se algum desses sintomas forem percebidos, é necessário consultar um médico para que ele possa fazer o diagnóstico e determinar o tratamento.

Diagnóstico do hipotireoidismo

O diagnóstico do hipotireoidismo é feito quando o médico observa sinais e sintomas durante a consulta médica e associa com os resultados de exame de sangue de TSH, T3 e T4, e anticorpos contra a tireoide.

Além disso, podem ser feitos exames como ultrassonografia para verificar a existência de nódulos e mapeamento da tireoide.

Alguns médicos costumam recomendar a realização de exames de rotina para checar a funcionalidade da tireoide.

Tratamento do hipotireoidismo

O tratamento dessa enfermidade, pode ser feito com o uso diário da levotiroxina, versão sintética do hormônio T4. Essa medicação restaura os níveis hormonais, reverte sinais e sintomas, auxilia a reduzir gradualmente os níveis de colesterol, e a contornar o eventual ganho de peso provocado pelo hipotireoidismo.

Os primeiros resultados da medicação podem acontecer com cerca de duas semanas após o início da ingestão. No entanto, o excesso de hormônio pode causar efeitos contrários como: tremores, insônia, e palpitações, que podem levar ao hipertireoidismo.

Dessa forma, é importante fazer o acompanhamento com o endocrinologista, para que ele possa regular a dosagem da medicação e evitar que outros problemas sejam causados.

Existe forma de prevenir o hipotireoidismo?

Não existe como prevenir o hipotireoidismo, no entanto, deve-se ficar atento às questões genéticas e aos sintomas que o corpo pode apresentar.

Além disso, exames de rotinas devem ser feitos para acompanhamento da produção dos hormônios no organismo. Já em recém-nascidos, exames de triagem podem detectar o quadro congênito.

Fatores de risco do hipotireoidismo

Apesar de qualquer pessoa poder desenvolver o hipotireoidismo, alguns fatores de riscos são identificados, como:

  • Ser mulher;
  • Ter 60 anos ou mais;
  • Ser portador de uma doença autoimune;
  • Ter histórico familiar de doença autoimune;
  • Fazer uso de medicamentos que possam afetar a produção dos hormônios da tireoide;
  • Passar por sessões de radioterapia;
  • Já ter feito uma cirurgia de tireoide;
  • Estar grávida ou ter dado à luz nos últimos seis meses.

Possíveis complicações

Casos de hipotireoidismo que não são tratados podem causar algumas complicações. Confira quais são.

Bócio – a constante estimulação da glândula da tireoide para liberar mais hormônio, pode levar ao aumento da glândula, que pode dificultar para engolir ou respirar;

Problemas cardíacos – o hipotireoidismo pode estar relacionado a um risco maior de problemas cardíacos, principalmente por conta do colesterol alto;

Problemas psicológicos – depressão e deficiência intelectual estão entre os problemas mais comuns causados pelo não tratamento do hipotireoidismo;

Neuropatia periférica – o hipotireoidismo não controlado pode causar danos aos nervos periféricos, podendo gerar os seguintes sintomas: dor, dormência e formigamento na área afetada do nervo. Também pode causar fraqueza ou perda do controle muscular;

Mixederma – quando o hipotireoidismo não é tratado, pode levar a mixederma. Os sinais e sintomas dessa doença podem incluir: intolerância ao frio intenso e sonolência, seguido por uma profunda letargia e inconsciência. O coma causado por mixederma pode ser desencadeado por sedativos ou por infecção;

Infertilidade – os baixos níveis de hormônio da tireoide podem interferir na ovulação da mulher, prejudicando a fertilidade. Nesse caso, mesmo fazendo reposição hormonal e acompanhamento médico, pode ser que a fertilidade não seja restaurada;

Defeitos congênitos – bebês nascidos de mulheres com desregulação da tireoide que não foram tratados, correm mais risco de possuírem defeitos de nascença. Essas crianças também são mais propensas a desenvolverem problemas intelectuais. Já as crianças que possuem a enfermidade, podem sofrer danos no desenvolvimento físico e intelectual. No entanto, se diagnosticado no início, o desenvolvimento da criança pode não ser comprometido.

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