Inovação: caroços de pêssego dão lugar a óleo e carvão ativado

Parceria entre empresário e Instituto Senai soluciona problema ambiental

O que seria mero descarte de material orgânico passou a representar a oportunidade de criação de produtos de primeira qualidade, de alto valor agregado e demanda comercial, além de resolver, por tabela, um problema ambiental.

Assim pode ser definida a solução inovadora de um empresário gaúcho que, em parceria com o Instituto Senai de Tecnologia em Couro e Meio Ambiente, identificou o potencial de reaproveitamento dos caroços de pêssego, que podem ser transformados em óleo, carvão ativado e fungicida natural.

A ideia genial foi concebida pelo empresário gaúcho Fábio Pereira dos Santos de Castro, ao perceber que poderia dar outra destinação às montanhas de caroços de pêssego, que se amontoavam nas proximidades das agroindústrias em Pelotas (RS), capital nacional da fruta.

Após exaustiva pesquisa, Castro reaproveitou 5 mil toneladas de caroço que seriam descartadas no meio ambiente, todos os anos (apenas 25% do total descartado seria empregado para fins de replantio), para criar produtos, como:

  • Óleo da amêndoa do caroço de pêssego, cheirosíssimo, cheio de propriedades especiais, para a fabricação de cosméticos.
  • Extrato pirolenhoso condensado, uma espécie de fungicida para utilização na agricultura, um subproduto do processo de pirólise que aumenta a resistência das plantas, já validado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
  • Carvão ativado para utilização no tratamento de efluentes e de água, entre outras aplicações.

Atualmente, o extrato pirolenhoso e o carvão ativado são vendidos por R$ 10 o litro e o quilo, respectivamente. Já o litro do óleo da amêndoa custa, em média, R$ 1, o litro.

Ao perceber que os caroços de pêssego, quando enterrados no chão, não se degradavam, o empresário aprofundou suas pesquisas, o que lhe permitiu adquirir informações preciosas sobre as propriedades do óleo de amêndoa, assim como dominou a técnica de criar carvão ativado para tratamento de água, sem contar outra descoberta que fez, a do extrato pirolenhoso.

Após alugar uma olaria, o empresário empreendedor passou a utilizar fornos ‘gigantescos’ para produzir o carvão ativado. Foi o começo de um negócio bem-sucedido, que persiste até hoje. Ao solucionar um problema ambiental recorrente, Castro passou a prestar serviços na área ambiental, como fornecedor de insumos para diferentes setores, da indústria alimentícia à metalmecânica.

você pode gostar também

Comentários estão fechados.