Institutos federais oferecem preparação para a Olimpíada de Matemática
A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) tem agitado os institutos federais pelo país.
A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) tem agitado os institutos federais pelo país. Várias instituições têm realizado cursos preparatórios para seus próprios estudantes e, também, para alunos de escolas públicas dos municípios onde estão sediados. Além do foco no desempenho na Obmep, tem sido uma oportunidade para integrar a comunidade escolar. A primeira etapa da competição acontece em 21 de maio.
Em Joinville (SC), o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) fez uma parceria com a Escola Municipal Zulma do Rosário Miranda. São 85 estudantes atendidos em duas turmas de nível 1, para quem está nos sexto e sétimo anos, e duas de nível 2, para oitavo e nono anos. As aulas são realizadas no contraturno na escola e no IFSC.
“Eu percebi na Obmep uma maneira de elevar o ensino de matemática nas escolas de uma forma geral”, conta o coordenador do projeto e professor da disciplina, Paulo Amaro dos Santos. “Incentivar os alunos a participar da Obmep, dar uma melhor preparação para eles, faz com que eles acabem ganhando em qualidade do ensino da matemática.”
As aulas tiveram início em março e seguem até a véspera da segunda etapa da Obmep, com intervalo apenas durante as férias de julho. As aulas são ministradas por quatro estudantes do IFSC, que também vão participar da Obmep do ensino médio.
João Marques de Oliveira é um dos estudantes do IFSC que participa como tutor do projeto. Ele tem 16 anos e está no terceiro semestre do curso técnico integrado de mecânica. “Tenho achado muito interessante porque aprendo bastante com eles, assim como passo um pouco da minha experiência. Essa troca é muito interessante e é boa para todo o mundo”, reflete.
Ele já participou de quatro edições da Obmep durante o ensino fundamental e em todas ganhou medalha de ouro. No ensino médio participou novamente e conquistou a medalha de bronze. Este ano ele também estará na competição. E tomou gosto pelo ofício do ensino. “O projeto despertou em mim essa vontade de ser professor. Achei fantástica a experiência de estar em sala de aula”, conta.
Outra medalhista da Obmep é a estudante Bianca Retzlaff. Aos 14 anos, ela está no nono ano da Escola Municipal Zulma do Rosário Miranda e já participou de três competições. No ano passado veio o ouro. “É algo muito incrível! É muito bom pensar em tudo o que acontece por conta da medalha de ouro. É algo mágico”, afirma. Para ela, as aulas com os estudantes do IFSC estão acrescentando muito conhecimento. “É bom ter alguém explicando o conteúdo pessoalmente. Vejo que está me ajudando.”
Iniciativas
No campus de Caxias do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), o professor de matemática Iramar Batista orienta o programa de estudos para a Obmep da instituição. Ele conta que durante a primeira fase da competição as aulas são direcionadas para os estudantes do próprio IFMA. Concluída essa etapa, o projeto será aberto para os estudantes de escolas públicas do município.
“Nós preparamos e damos orientações para os nossos acadêmicos realizarem esse trabalho. Vejo os estudantes muito motivados porque outro objetivo do projeto também é oferecer a prática da docência”, explica.
Participam 148 estudantes do ensino médio do campus Caxias. E o cursinho está sendo desenvolvido por acadêmicos do curso de licenciatura em matemática.
Obmep
Criada em 2005 para estimular o estudo da matemática e identificar talentos na área, a Obmep é um projeto nacional dirigido às escolas públicas e privadas brasileiras, realizado pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), com o apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), e promovida com recursos dos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Seus principais objetivos são estimular e promover o estudo da matemática, contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica, identificar jovens talentos e incentivar seu ingresso em universidades, nas áreas científicas e tecnológicas.
Além disso, incentiva o aperfeiçoamento dos professores das escolas públicas, contribuindo para a sua valorização profissional, contribui para a integração das escolas brasileiras com as universidades públicas, os institutos de pesquisa e com as sociedades científicas e promove a inclusão social por meio da difusão do conhecimento.
O público-alvo são alunos do sexto ano do ensino fundamental até o último ano do ensino médio. Em 2018, mais de 18 milhões de estudantes participaram da olimpíada.
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