INSS pega pesado em novo pente-fino e corta mais da metade dos auxílios-doença
Instituto cancela 52% dos auxílios-doença concedidos, resultando em uma economia de R$ 2,4 bilhões para o governo.
Entre julho e dezembro de 2024, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realizou uma revisão minuciosa do auxílio-doença. Essa ação, chamada popularmente de “pente-fino”, resultou no corte de mais da metade dos benefícios, atingindo 52% dos casos analisados.
A revisão dos auxílios-doença teve como objetivo identificar benefícios que não atendiam mais aos requisitos legais. Assim, 356 mil dos 684 mil pagamentos revisados foram interrompidos, segundo dados da Previdência Social.
O corte nos auxílios-doença proporcionou uma economia de R$ 2,4 bilhões para o governo. Esse montante representa 82% dos R$ 2,9 bilhões previstos com a revisão até o final de 2024, conforme o INSS.
Propósitos do governo com a revisão de benefícios
O pente-fino é parte de um esforço do governo para reduzir gastos com benefícios indevidos. A meta anunciada para 2024 era economizar R$ 10 bilhões, segundo o professor Luis Lopes Martins, da FGV Direito Rio.
Durante o processo de revisão, peritos avaliam se o segurado ainda é incapaz de trabalhar. Em alguns casos, beneficiários recuperaram sua capacidade laboral ou tiveram o auxílio convertido em aposentadoria por incapacidade permanente.
Procedimento e convocação
A convocação para revisão ocorre via carta, mensagem no sistema bancário e SMS. Para ser chamado, o segurado deve manter suas informações atualizadas no sistema Meu INSS.
Martins destaca que, embora o governo busque cortar gastos, essas revisões são legalmente previstas e necessárias para a eficiência do sistema previdenciário.
Revisões futuras e impactos
Novas revisões estão previstas para 2025, incluindo 802 mil aposentadorias por invalidez de convocados que não passaram por perícia há mais de dois anos. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, explicou que as revisões foram interrompidas pela pandemia de Covid-19.
O processo será facilitado pela tecnologia Atestmed, implantada pelo INSS, que permite a concessão automática de auxílio por incapacidade temporária. Com esse sistema, os atestados são enviados via Meu INSS, sem necessidade de perícia presencial.
Orientações para a perícia
O professor Martins orienta os segurados a apresentarem documentos recentes durante a perícia, incluindo laudos médicos que detalhem a incapacidade laboral. Esses documentos devem mostrar o impacto da doença no trabalho do segurado.
O atestado médico deve ser recente, sem rasuras e conter informações como diagnóstico e assinatura do profissional. Essas medidas garantem que os segurados tenham um processo transparente e justo.
Como utilizar o sistema Atestmed
- Acesse o aplicativo ou site Meu INSS.
- Informe CPF e senha do portal Gov.br.
- Clique em “Pedir benefício por incapacidade”.
- Preencha os dados pessoais e anexe os documentos necessários.
- Confirme as informações e finalize o processo.
Caso o benefício seja negado, é possível recorrer ao Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) em até 30 dias. Se o recurso for rejeitado, a Justiça é uma opção para reverter a decisão.
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