Lições aprendidas com a tragédia da ponte que matou 43 pessoas

Descubra as causas que levaram ao desastre da Ponte Morandi, que matou 43 pessoas, e como medidas preventivas poderiam ter evitado a tragédia.

Na madrugada desta terça-feira (26), o mundo acordou com a notícia de que um navio cargueiro com bandeira de Cingapura, em um desvio de rota ainda não explicado, colidiu contra um dos pilares da ponte Francis Scott Key, na cidade de Baltimore, no estado de Maryland, Estados Unidos, levando à sua catastrófica ruína.

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Até o momento da escrita desse artigo, não havia informações oficiais sobre o número de vítimas. Porém, suscita a reflexão sobre como esta e tantas outras tragédias poderiam ser evitadas tomando medidas preventivas adequadas. Um exemplo marcante é o desabamento do viaduto Polcevera da Autoestrada A10, mais conhecido como Ponte Morandi, em Gênova, na Itália.

Em 14 agosto de 2018, parte da ponte Morandi, que atravessava a zona fluvial e industrial Sampierdarena, desabou no momento em que vários automóveis e caminhões passavam por ela, causando 43 mortes, além de 11 feridos e quase 600 desabrigados.

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A icônica estrutura projetada pelo renomado engenheiro Riccardo Morandi teve suas obras iniciadas em 1963 e foi inaugurada somente em 1967. Era vista como uma maravilha da engenharia moderna. Seu comprimento era de 1.182 metros e a pista encontrava-se a uma altura de 45 metros. Os pilares alcançavam até 90 metros e o vão máximo dos pilares de sustentação era de 210 metros. Entretanto, a queda da ponte expôs uma realidade sombria: o descaso e a negligência com a manutenção e a segurança.

Investigações subsequentes revelaram que os sinais de perigo foram ignorados durante anos. Já em 1979, o próprio engenheiro Morandi publicou um relatório técnico, no qual informava que a ponte estava sujeita a ventos marinhos que sopravam em direção ao vale do rio Polcevera, criando uma atmosfera com elevada salinidade. Essa atmosfera, combinada com a emissão de fumaça saturada de vapores ácidos altamente corrosivos pelas chaminés das siderúrgicas localizadas no vale, contribuía para o processo de corrosão da estrutura.

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Ele alertava que, em um curto espaço de tempo, seria imprescindível remover os pontos de corrosão nos reforços expostos, apontando a necessidade de obras de reforço na estrutura, aplicação resinas onde fosse necessário e utilização de elastômeros de alta resistência. Esta revelação abriu um debate nacional sobre a gestão de infraestruturas e a importância da manutenção preventiva para garantir a segurança pública.

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A ponte foi reconstruída em 2020, sob a liderança do arquiteto Renzo Piano. A obra foi marcada por uma abordagem que privilegia não apenas a estética e a funcionalidade, mas também a segurança e a durabilidade. A nova ponte, que recebeu o nome de Genova San Giorgio, não é apenas um tributo às vítimas, mas também um símbolo de resiliência, inovação e aprendizado diante de tragédias.

*Com informações de Reuters, CNN USA, ABC News e History Channel

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