Os fungos liquenizados ou líquens são organismos complexos formados a partir de uma associação de simbiose mutualística entre um fungo e uma alga.
Mesmo não sendo plantas, eles são comumente estudados pelos botânicos. Segundo o Código Internacional de Nomenclatura Botânica, o termo “líquens” está em desuso, sendo o mais correto atualmente para designar esses organismos o termo “fungos liquenizados”.
Muitos desses fungos e algas que formam os fungos liquenizados não sobrevivem isolados no mesmo habitat.
A maior parte do corpo do fungo liquenizado é formado pelo fungo, chamado nessa associação de organismo micobionte, eles geralmente são do Filo Ascomycota, sendo apenas uma pequena parcela de 2% pertencente ao Filo Basidiomycota.
A alga é o organismo que realiza a fotossíntese, sendo chamada de fotobionte, elas normalmente são clorofíceas ou cianobactérias.
Como os fungos não sintetizam o próprio alimento, a simbiose garante os carboidratos, produzidos pelos fotobiontes durante a fotossíntese, para sua nutrição.
Já as algas, ganham proteção do fungo e um ambiente estável para que possa se desenvolver mais eficientemente do que se tivesse sozinha.
Os fungos liquenizados podem habitar até mesmo locais considerados inóspitos como as rochas. Eles são capazes de produzir substâncias que causam intemperismo em rochas, iniciando assim o processo de formação de um novo solo.
Tipos de líquens
A classificação dos líquens é baseada na morfologia dos micobiontes e, para tanto, são usadas características do talo e dos órgãos reprodutivos.
Já foram classificadas aproximadamente 20 mil espécies de líquens e cada uma delas tem um fungo diferente. O nome científico das espécies de fungos liquenizados é o nome científico do fungo.
Estima-se que 20% dos fungos que conhecemos estão envolvidos em uma associação simbiótica com uma alga.
Ao contrário dos fungos, uma mesma espécie de alga pode fazer parte de vários fungos liquenizados diferentes.
- Crostosos: encontram-se fortemente aderidos ao substrato, o talo geralmente é redondo em formato de crosta.
- Foliosos ou foliáceos: possuem os talos em formato de folhas.
- Fruticosos ou fruticulosos: os talos possuem posição ereta, em formato de um pequeno arbusto.
Reprodução dos líquens
Os fungos liquenizados não apresentam reprodução sexuada e a reprodução assexuada pode ocorrer de várias formas:
- Por esporos formados pelo fungo que germinam quando encontram uma alga;
- Por fragmentação do talo;
- Por propágulos que possuem tanto células das algas quanto hifas de fungos;
- Por isídios que são projeções do talo.
Os indivíduos também podem se reproduzir individualmente, a alga se reproduz vegetativamente e os fungos através de esporos.
Importâncias dos líquens
Bioindicadores
Os fungos liquenizados são sensíveis à poluição do ar, sua ausência indica um ambiente com excesso de poluição ambiental.
Sucessão ecológica
A ação do intemperismo causado pelas substâncias secretadas pelos fungos liquenizados formam novos solos permitindo a colonização por outros seres vivos.
Fixação de nitrogênio
Algumas algas, como as cianobactérias, produzem amônia a partir do gás nitrogênio e incorporam essas moléculas a substâncias orgânicas, permitindo que sejam metabolizadas por outros seres vivos.
Indicadores de pontos cardeais
Os fungos liquenizados estão sempre voltados para a nascente do Sol.
Líquens e micorrizas são a mesma coisa?
Esse é um questionamento comum e a resposta é que não são a mesma coisa. Apesar de também serem uma relação simbiótica, as micorrizas são formadas pela associação de fungos e raízes de plantas.
Curiosidades
Os fungos envolvidos nessa associação são totalmente dependentes da alga para sobreviverem, já as algas podem ter vida livre, independente da associação com o fungo.
Apesar da maioria dos fungos liquenizados serem uma relação de mutualismo entre os dois, em alguns casos o fungo pode parasitar a alga, aprisionando-a na associação.
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