MEC anuncia exame anual obrigatório para formandos em Medicina

Estudantes de medicina terão que realizar um novo exame obrigatório que avaliará a qualidade dos cursos de formação no país.

O Ministério da Educação (MEC) anunciou que, a partir deste ano, estudantes do último ano de Medicina enfrentarão uma nova prova obrigatória. O principal objetivo do Enamed (Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica) é assegurar a qualidade dos cursos da área no Brasil.

A prova, que será aplicada em outubro de 2025, busca avaliar o desempenho das instituições de ensino, não apenas dos alunos.

Esta iniciativa surge em um momento de crescente oferta de cursos de medicina, buscando garantir a formação de qualidade dos futuros médicos.

Outro ponto relevante é que médicos já formados também poderão participar da prova anual, utilizando suas notas para se candidatarem a programas de residência médica. Para isso, será necessário pagar uma taxa de inscrição, cujo valor ainda não foi divulgado.

Objetivos do Enamed

O Enamed terá dois principais objetivos: avaliar a formação médica e selecionar médicos para programas de residência médica. Até então, a avaliação era realizada pelo Enade, em um esquema de rodízio trienal.

Contudo, o Enamed será aplicado anualmente e exclusivamente aos alunos de Medicina.

O exame pretende também incentivar melhorias nos currículos dos cursos de medicina, proporcionando um feedback mais preciso sobre o desempenho das instituições. Assim, será possível corrigir eventuais falhas e garantir uma formação de qualidade.

Detalhes do exame

  • O exame contará com 100 questões de múltipla escolha.
  • Os temas abordados incluirão clínica médica, cirurgia geral e saúde mental.
  • Inscrições para estudantes: maio a junho.
  • Inscrições para médicos formados: julho.
  • Aplicação da prova: outubro.
  • Divulgação dos resultados: dezembro.

Repercussões do anúncio

Camilo Santana, ministro da Educação, destacou a importância de garantir a formação de profissionais qualificados. No evento de anúncio, mencionou planos futuros de implementar uma prova intermediária ao longo do curso, além da avaliação final.

Já Alexandre Padilha, ministro da Saúde, reforçou que o foco deve ser no desempenho das instituições e não exclusivamente no aluno. Entidades do setor educacional destacam a necessidade de o exame acompanhar as transformações na área da saúde e promover o compromisso social.

Avaliações e discussões

Somente seis cursos de medicina receberam nota máxima no Conceito Preliminar de Curso em 2023, sendo a maioria localizada em São Paulo. Este indicador é calculado com base no Enade e em critérios como infraestrutura e corpo docente.

No Congresso, discute-se a ideia da “OAB da medicina“, que tornaria obrigatório um exame para o exercício da profissão. O CFM apoia a proposta, enquanto algumas entidades de instituições privadas expressam preocupação com possíveis barreiras de entrada.

A expansão dos cursos de medicina no Brasil levanta questões sobre a cobrança de mensalidades. Em resposta, o ministro da Educação propôs a criação do Instituto de Regulação da Educação Superior para monitorar os padrões de qualidade e justificar as diferenças nos valores das mensalidades.

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