MEC desiste da prova online do Enem digital; entenda o motivo
O novo comando do Inep afirmou que não há intenção de retomar o formato digital.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep), o Ministério da Educação (MEC) decidiu eliminar a opção digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que foi introduzida pelo governo de Jair Bolsonaro em 2020. O Enem deste ano será realizado apenas presencialmente, e o Inep afirma que o número de estudantes que optaram pelo exame online foi baixo nos últimos anos, além de ter um alto custo.
Manuel Palácios, presidente do Inep, afirmou ao Estadão que a edição digital do Enem foi cancelada e não há intenção de trazê-la de volta. No ano passado, foram disponibilizadas 100 mil vagas para a prova digital, mas apenas cerca de 30 mil candidatos compareceram para realizá-la.
O Enem digital em 2022 teve um custo de R$ 25,3 milhões, o que equivale a um valor de cerca de R$ 860 por aluno. Em contrapartida, a aplicação da prova impressa foi realizada por mais de 2 milhões de estudantes e custou R$ 324 milhões no ano passado, o que dá um valor de cerca de R$ 160 por aluno.
O presidente do Inep, Manuel Palácios, afirmou que o alto custo do Enem digital impede a expansão em escala da prova para que todos os estudantes possam fazê-la neste formato. A prova foi realizada em 672 locais de prova em todo o país, em computadores equipados com segurança fornecida pelo Inep. Não era permitido fazer o exame em casa.
O então ministro da Educação, Abraham Weintraub, havia anunciado em 2019 que o Enem digital seria gradualmente expandido para que em 2026 fosse feito apenas digitalmente. No entanto, tanto a quantidade de vagas oferecidas pelo Inep quanto o número de inscritos permaneceram inalterados desde então. Houve também relatos de problemas em locais de prova, com computadores que não funcionaram corretamente e estudantes que precisaram fazer o exame no formato impresso.
Comentários estão fechados.