Membros da Família Real são enterrados em caixões de chumbo; por quê?

Costume tradicional da Família Real Britânica tem origem em um fato histórico bizarro.

É um costume secular que os membros da nobreza, especialmente da realeza britânica, sejam enterrados em caixões revestidos com chumbo.

Essa prática não é apenas uma tradição, mas um procedimento cuidadosamente mantido para preservar os corpos por um período mais longo.

Na verdade, caixões revestidos com chumbo, que podem pesar até 300 kg, são usados há séculos na Europa, principalmente em famílias nobres, para retardar a decomposição do corpo.

O chumbo mantém a umidade fora do caixão e ajuda a preservar o corpo em melhores condições, especialmente quando o sepultamento ocorre em criptas ou em lugares onde a decomposição poderia ser acelerada.

Nos últimos tempos, o costume permanece sendo observado em sepultamentos como os de Diana, Princesa de Gales, e da Rainha Elizabeth II.

Mas a questão é: por que a Família Real Britânica ainda se apega a essa tradição? A resposta pode estar ligada a um evento histórico distante, mas significativo.

Príncipe William, próximo rei da Grã-Bretanha, e sua família – Imagem: reprodução

Guilherme I e seu enterro bastante conturbado

Guilherme, o Conquistador (também chamado de Guilherme I), o primeiro rei normando da Inglaterra, teve um enterro repleto de problemas que ilustram os desafios de preservar corpos em épocas anteriores.

Esse rei morreu em 1087, após sofrer ferimentos em batalha. Quando chegou a hora de seu enterro, a situação foi complicada.

Com seus filhos apressando-se para assegurar seus domínios, o corpo de Guilherme ficou abandonado por algum tempo, o que resultou na rápida decomposição.

Como já se anunciava, o funeral de Guilherme foi um desastre. Quando finalmente foi colocado em um túmulo na Abadia de Saint-Étienne, em Caen, descobriu-se que o sarcófago era pequeno demais para o corpo.

Ao tentar acomodá-lo à força, o corpo, já inchado pela decomposição, se rompeu, causando um odor insuportável que invadiu a igreja, perturbando todos os presentes.

O episódio trágico exemplifica os riscos e desafios de enterrar um corpo sem as precauções adequadas.

Por tudo isso, fica claro que o uso de caixões revestidos com chumbo, como ocorre hoje na Família Real Britânica, poderia ter evitado muitos dos problemas enfrentados no enterro de Guilherme.

Tal prática, possivelmente influenciada por lições do passado, como o conturbado enterro de Guilherme I, assegura que a dignidade dos sepultados seja mantida, independentemente das circunstâncias.

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