Brasileiros na faixa etária dos 40 anos enfrentam barreiras ao buscar alfabetização

900 mil pessoas com mais de 40 anos no Brasil estão na escola.

Ser alfabetizado é muito importante para conquistarmos diversos espaços na nossa sociedade. Por isso, apesar de tardiamente, milhares de brasileiros mais velhos buscam se alfabetizar, porém, acabam encontrando uma série de desafios nessa jornada.

A seguir, entenda melhor as dificuldades da alfabetização para adultos no Brasil atualmente.

11% dos brasileiros acima dos 40 anos estão na escola

A educação de jovens e adultos (EJA) está apresentando um crescimento de 23% na última década e milhares de brasileiros mais velhos estão lutando contra todos os obstáculos que aparecem com a alfabetização tardia.

Cerca de 900 mil pessoas com idade acima de 40 anos estão na escola se alfabetizando e aprendendo ainda os conceitos básicos sobre matemática e ciências.

O preconceito com aqueles que possuem mais de 40 anos e estão na escola é evidente, porém os desafios vão além disso.

A faculdade ainda está no futuro para essas pessoas, afinal elas ainda estão na luta pelo direito de saber ler e escrever para que seja possível acessar diversos espaços na nossa sociedade.

Contudo, além da intolerância enfrentada por estar na escola tardiamente, essas pessoas ainda enfrentam a dificuldade de conciliar tudo isso com o trabalho e aulas noturnas.

Milhares de adultos chegam aos 40 anos sem serem alfabetizados

O número é realmente preocupante, porém surgem diversos questionamentos com ele, como, por exemplo: por que tantos adultos não concluíram a escola ou sequer foram matriculados? Ou até mesmo, por que eles tão tardiamente ainda desejam ir à escola? Quais são os desafios encontrados?

As justificativas para responder a esses questionamentos são diversas e uma professora do Ensino de Jovens e Adultos da rede pública traz à tona alguns dos desafios encontrados, os quais acabam acarretando, muitas vezes, em evasão. São eles:

  • Histórias de extrema pobreza;
  • Violência doméstica;
  • Gravidez e casamento;
  • Problemas de aprendizagem não trabalhados ou identificados;
  • Bullying;
  • Necessidade de trabalhar;
  • Maridos que proibiam as esposas de irem ao colégio;
  • Reprovações.

Como driblar esses desafios?

Com os alunos do EJA é essencial ter muito cuidado com a maneira em que os conteúdos são passados, afinal embora ainda estejam, em muitos casos, sendo alfabetizados, os materiais didáticos não devem ser os mesmos que são passados para crianças.

“Se o aluno recebe uma atividade com coelhinho da Páscoa, vai se sentir infantilizado. Aos poucos, todo o esforço para estudar vai se desmobilizando”, conta Sônia Couto.

Por isso, com esses adultos é importante ter como base o filósofo Paulo Freire e praticar a “pedagogia do afeto”.

“Precisa conhecer a realidade das pessoas que estão na sala. Qual é o contexto de vida delas? Quais são as necessidades e expectativas?”, diz Rosana Helena Nunes, pós-doutora em educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

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