Mudanças nas regras de herança? O que o novo Código Civil pode alterar
Senado Federal analisa uma importante reforma no Código Civil brasileiro, visando atualizar normas consideradas ultrapassadas.
No início deste ano, uma proposta de reforma do Código Civil começou a ser discutida no Senado Federal. Este código, que regula aspectos que vão desde a propriedade até as sucessões, passa agora por uma tentativa de atualização com o objetivo de substituir normas datadas e incluir novas disposições.
Em vigor desde 2002, o código atual já é alvo de críticas devido a disposições que se tornaram obsoletas. A proposta, formalizada como PL nº 4/2025 pelo ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, busca modernizar e adaptar as normas à realidade contemporânea.
Advogados especialistas na área acreditam que a reforma é um avanço necessário para o Brasil.
Principais alterações nas normas de sucessão
Entre as mudanças mais significativas está a reclassificação do cônjuge como herdeiro. Hoje, ele é considerado herdeiro necessário, mas, com a reforma, isso será alterado.
No regime de comunhão parcial de bens, o cônjuge só será herdeiro se não houver filhos ou pais do falecido. No regime de separação de bens, cada um mantém seu patrimônio, e o cônjuge só recebe herança na ausência de outros herdeiros diretos.
Modificações nos regimes de bens
Outra proposta é a eliminação do regime de participação final nos aquestos. Atualmente, esse regime permite que os cônjuges administrem seus bens de forma independente, mas, em caso de divórcio, dividam o patrimônio adquirido.
A proposta sugere que casais estabeleçam suas próprias regras para divisão de bens, seguindo práticas internacionais e evitando insegurança patrimonial.
Exclusão de herdeiros
A reforma também aborda a possibilidade de exclusão de herdeiros que não prestaram assistência ou abandonaram afetivamente o autor da herança. Esse tipo de deserdação já ocorre em casos de ofensa física ou psicológica, desamparo material e abandono afetivo injustificado.
Inclusão de bens digitais
Com a crescente digitalização, a reforma reconhece bens digitais como parte da herança. Perfis em redes sociais e outros ativos digitais agora terão relevância econômica no processo sucessório.
Além disso, a proposta permite testamentos em vídeo e documentos conjuntos de cônjuges.
Materiais genéticos
Por fim, o texto destaca a importância de definir o destino de materiais genéticos armazenados, que deve ser especificado em testamento, com autorização ou proibição para uso após a morte. Essa inclusão visa modernizar o código e facilitar a sucessão de bens.
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