Não é o Everest! A montanha mais alta do mundo vem das profundezas do oceano

Descobertas recentes revelam montanhas submersas no Pacífico, desafiando o Everest em grandeza.

Quando pensamos nas maiores montanhas do mundo, o Monte Everest imediatamente vem à mente com seus impressionantes 8.848 metros acima do nível do mar. No entanto, a majestade do Everest é posta em cheque quando consideramos o Mauna Kea, um famoso vulcão inativo no Havaí.

Este vulcão, apesar de visualmente ter 4.205 metros, metade do tamanho do gigante asiático, quando medido a partir de sua base submersa até o seu pico, alcança a extraordinária altura de 10.211 metros, ultrapassando o Everest em quase 1.400 metros. Este fato ressalta a importância de olhar além do visível para compreender a verdadeira dimensão das maravilhas naturais do nosso planeta.

Além dessas gigantes conhecidas, o estratovulcão Chimborazo, localizado no Equador, oferece uma perspectiva diferente sobre o que consideramos como “o topo do mundo”. Em virtude de sua localização próxima ao equador terrestre, o Chimborazo está mais distante do centro da Terra do que o Everest, proporcionando uma nova dimensão à disputa pelo título de montanha mais alta do mundo, baseada na proeminência geoespacial em vez da altitude. Isso decorre do fato de que a Terra não é uma esfera perfeita, e sim um geóide, tendo forma bastante irregular.

A exploração dos oceanos trouxe à luz outras descobertas fascinantes, desvendando a existência de montanhas totalmente submersas que permaneciam invisíveis. Em janeiro deste ano, uma expedição do Instituto Oceanográfico Schmidt no Pacífico, entre Golfito, na Costa Rica, e Valparaíso, no Chile, utilizando um sistema sonar multifeixe, identificou quatro montanhas gigantescas no fundo do mar.

Imagem: History Channel/Reprodução

Estes seamounts (montanhas submarinas), com alturas variando entre 1.591 metros e 2.681 metros. Para se ter uma ideia, a altura se aproxima a do Pico da Neblina, no Amazonas, a montanha mais alta do Brasil, com 2887 metros.

A maior dessas montanhas submersas ocupa uma área de 450 quilômetros quadrados e está situada a 1.150 metros abaixo da superfície do mar. Este ambiente é um refúgio para a vida marinha, incluindo recifes de coral, esponjas e anêmonas de águas profundas, que se beneficiam das correntes oceânicas alteradas pelas elevações do seafloor. Tais descobertas não apenas expandem nosso conhecimento sobre a geografia do nosso planeta como também sublinham a importância dos habitats marinhos profundos para a biodiversidade global.

Desde 2012, o Instituto Oceanográfico Schmidt mapeou aproximadamente 1,5 milhões de quilômetros quadrados do leito oceânico, descobrindo 29 montes submarinos, colinas e trincheiras. Cada nova descoberta fornece insights valiosos sobre ecossistemas submarinos pouco conhecidos e a dinâmica geológica que forma nosso planeta. Estas montanhas subaquáticas são testemunhas silenciosas de processos vulcânicos e tectônicos que continuam a moldar a Terra, escondidos sob a superfície do oceano.

Em resumo, as recentes descobertas de montanhas submersas no Pacífico entre Golfito e Valparaíso não apenas desafiam nossa percepção das maravilhas naturais do mundo mas também destacam a incansável busca científica por compreender os mistérios ocultos do nosso planeta. A imensidão e a biodiversidade desses gigantes subaquáticos reforçam a necessidade de explorar e preservar os ecossistemas marinhos, essenciais para a saúde do nosso planeta.

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