Não é terapia, mas é terapêutico: cheiro de fruta madura pode combater o câncer
Novo estudo sugere que as frutas maduras, além de serem incríveis para o olfato, também podem combater as células cancerígenas. Entenda!
Uma nova pesquisa revela que os odores, como os provenientes de frutas maduras ou alimentos fermentados, podem desencadear mudanças na expressão genética dentro das células, indo muito além do nariz.
Essas descobertas surpreendentes têm intrigado os cientistas, levantando a possibilidade de que o cheiro de compostos voláteis transportados pelo ar possa ser utilizado no tratamento do câncer ou na desaceleração de doenças neurodegenerativas.
Embora a administração de medicamentos pelo nariz não seja uma ideia nova, os experimentos em células, moscas e ratos sugerem que o olfato pode desempenhar um papel significativo na modulação da expressão genética e no combate a doenças.
No entanto, os cientistas reconhecem que há um longo caminho a percorrer antes que essas descobertas possam ser aplicadas clinicamente. Mais estudos são necessários para compreender completamente as implicações e os possíveis riscos à saúde associados aos compostos testados.
Essa pesquisa instigante lança luz sobre um novo e promissor campo de estudo, sugerindo que o poder dos odores pode ir além do simples prazer sensorial e ter aplicações terapêuticas significativas.
A investigação continua para explorar o potencial das frutas maduras e outros odores na luta contra o câncer e outras doenças, oferecendo esperança para futuras abordagens de tratamento e prevenção.
O teste do aroma de frutas maduras
O estudo recente expôs moscas da fruta (Drosophila melanogaster) e ratos a diferentes doses de vapores de diacetil, um composto volátil liberado pela levedura na fermentação de frutas.
Embora historicamente usado para conferir aroma amanteigado a alimentos como pipoca e até presente em cigarros eletrônicos, o diacetil revelou novas propriedades surpreendentes durante a pesquisa.
A equipe descobriu que o diacetil atua como um inibidor da histona desacetilase (HDAC), uma enzima que ajuda a compactar o DNA ao redor das histonas, dificultando a expressão genética.
Ao inibir as HDACs, os genes podem ser expressos mais facilmente, resultando em grandes mudanças na expressão genética observadas em moscas e ratos, incluindo células cerebrais e pulmonares.
Foi indicado que os vapores de diacetil interromperam o crescimento de células de neuroblastoma humano em cultura e retardaram a progressão da neurodegeneração em um modelo de mosca da doença de Huntington.
Embora os resultados sejam promissores, a equipe reconhece os potenciais riscos associados ao diacetil.
Estudos anteriores indicaram que a inalação de diacetil pode causar danos às células das vias aéreas e até mesmo uma doença pulmonar chamada bronquiolite obliterante, também conhecida como “pulmão pipoca”.
Portanto, apesar de seus benefícios potenciais, o diacetil pode não ser o candidato ideal para terapia, exigindo uma análise cuidadosa de seus riscos e benefícios antes de sua aplicação clínica.
* Fonte: Science Alert
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