Nossos ancestrais colecionavam um item curioso – e ninguém sabe exatamente o porquê

Uso de rochas arredondadas há milhões de anos ainda intriga cientistas.

Na vasta paisagem africana, conhecida como Berço da Humanidade, os antepassados humanos desenvolviam suas habilidades de sobrevivência. Nessa região, eles mostravam um interesse peculiar por rochas de formato esférico. A mística por trás desse comportamento tem sido desvendada, graças ao estudo da cientista Margherita Mussi.

Arqueólogos, por muito tempo, notaram a presença dessas pedras arredondadas em sítios pré-históricos, mas o foco sempre esteve em ferramentas esculpidas. No entanto, novas pesquisas revelam que esses objetos naturais podem ter tido significados ou usos ainda não compreendidos.

Rochas arredondadas foram encontradas em várias partes do mundo habitadas por hominídeos antigos, mas é na Etiópia que elas intrigam mais. No Vale Awash, local habitado por hominídeos há milhões de anos, evidências mostram que espécies como Homo erectus e Homo heidelbergensis recolhiam tais artefatos frequentemente.

Rochas coletadas pela cientista eram colecionadas pelos nossos ancestrais – Imagem: reprodução/Margherita Mussi

Descoberta das pedras no Vale Awash

A arqueóloga Margherita Mussi apresentou um estudo inovador que observa essas rochas sob uma nova perspectiva. Para isso, a pesquisa foca em pedras naturalmente esféricas, conhecidas como lapilli acrecionários, resultantes de erupções vulcânicas no Pleistoceno, período geológico que ocorreu há cerca de 2,5 milhões de anos.

Tais rochas, embora raras na paisagem etíope, foram recolhidas meticulosamente, o que sugere um propósito maior para os itens. Elas aparecem em sítios que datam de 1,7 milhão a 600 mil anos atrás.

As rochas e seus possíveis usos

Embora o motivo exato de tal coleta permaneça um enigma, Mussi identificou vestígios de uso nas pedras, e os sinais de desgaste e marcas indicam um uso percussivo. Tal descoberta acrescenta uma nova camada ao nosso entendimento sobre o comportamento dos hominídeos primitivos.

Esses achados indicam uma atenção constante dos hominídeos ao ambiente, em busca de utilidades para novos recursos. A curiosidade e a criatividade foram motores para esses ancestrais, que exploravam o mundo ao seu redor em busca de soluções práticas.

Embora ainda não saibamos o propósito exato dessas rochas, cada descoberta nos aproxima mais da compreensão do comportamento e das capacidades cognitivas de nossos ancestrais.

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