Notícias falsas contribuíram para que os números da vacinação infantil caíssem

A falta de informação adequada sobre os benefícios da vacina prejudica políticas públicas de saúde. Entenda o perigo de dar atenção às fake news.

No Brasil, a vacinação infantil faz parte do conjunto das políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS) com o objetivo de reduzir a propagação de doenças como Hepatites A e B, poliomielite e tétano. A problemática atual é uma única: com o aumento de notícias falsas e desinformação sobre o assunto, os números da vacinação infantil estão menores do que o esperado.

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A vacinação é importante, especialmente a infantil, pois é a que mantém o organismo da criança protegido contra doenças virais e bacterianas. Além disso, ela contribui positivamente para redução da mortalidade infantil e o controle de surtos e epidemias.

Durante a pandemia da Covid-19, esse assunto se tornou ainda mais comentado, tendo em vista que várias campanhas de desinformação atribuíram às vacinas alguns efeitos colaterais nocivos para o organismo. Isso fez com que a adesão ao programa vacinal fosse mais baixo em crianças.

Queda no número de crianças vacinadas preocupa

Na comunidade científica, esse fenômeno está documentado na pesquisa publicada na revista Vaccine. Foi detectada uma resistência na vacinação contra o vírus em virtude das campanhas massivas com desinformação sobre o tema nas redes sociais.

Nos Estados Unidos, apenas 31% das crianças com idade entre 5 a 11 anos receberam a dose da vacina contra a Covid-19 enquanto 78% dos adultos foram imunizados.

Conforme a conclusão dos cientistas, esse resultado expressa uma suposta falta de credibilidade na segurança da vacinação. Os adultos entendem que é melhor assumir os riscos de possíveis efeitos colaterais advindos das vacinas do que administrar os imunizantes nos mais jovens.

Em se tratando da Covid-19, várias notícias falsas circularam atribuindo à vacina ao aumento na chance de desenvolver infertilidade, alteração de DNA e até mesmo risco aumentado para contrair certas enfermidades.

No Brasil, em junho de 2022, cerca de 40% das crianças ainda não haviam se vacinado. Segundo o Ministério da Saúde, esse número equivale a aproximadamente 8 milhões de jovens de 5 a 11 anos por aí sem o imunizante.

De acordo com Renato Kfouri que faz parte da Sociedade Brasileira de Pediatria, os motivos que explicam a baixa adesão da vacinação infantil estão relacionados aos grupos que espalharam desinformação propositalmente, pois foi o que provocou o aumento da desconfiança da população acerca do imunizante.

O combate a esse fenômeno é a busca por informações válidas em canais oficiais e uma checagem de fontes que propagam notícias responsáveis por prejudicar campanhas de saúde pública, especialmente na vacinação infantil.

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