Nova TV aberta: plataformas de canais gratuitos ganham relevância no mercado

Nos últimos anos, testemunhamos uma transformação marcante na forma como as pessoas consomem conteúdo audiovisual.

O aumento exponencial da adesão a plataformas de streaming tem sido acompanhado por uma notável queda na popularidade das TVs tradicionais por assinatura.

Nas últimas semanas, por exemplo, tem sido notável o surgimento de um modelo de televisão gratuito, financiado por anúncios, conhecido como Free Ad-Supported TV Streaming (FAST).

Recentemente, a Amazon dos EUA lançou o Fire TV Channels App, uma plataforma que oferece acesso a mais de 400 canais com a mesma sintonia do FAST.

No Brasil, essa mesma tendência está ganhando força, com a Globo lançando canais como o GE e outro focado em receitas para televisões conectadas.

Está surgindo uma nova TV aberta?

A popularidade dos serviços de streaming, como Netflix, HBO Max, Star+ e Apple TV, é indiscutível, proporcionando aos espectadores uma vasta gama de opções de entretenimento personalizado.

No entanto, em meio a essa abundância de escolhas, uma nova tendência tem surgido para complementar esse modelo.

Os telespectadores expressam o desejo por uma experiência semelhante à da TV linear, com canais que oferecem fluxos contínuos de conteúdo, curados de maneira semelhante à programação tradicional.

Além disso, o aumento dos lançamentos de canais FAST é impulsionado pela crescente busca por alternativas gratuitas de conteúdo.

Enquanto as assinaturas de diversas plataformas de streaming continuam a subir de preço, muitos consumidores estão à procura de opções acessíveis no mercado midiático.

(Imagem: divulgação)

No Brasil, onde nem todos têm acesso às plataformas de streaming pagas, o modelo de TV gratuito ganha ainda mais relevância, principalmente pela quantidade de canais oferecidos por um baixo custo.

Apesar dessas vantagens, a disseminação dos canais FAST por aqui enfrenta desafios devido à infraestrutura de internet, já que também não são todos os brasileiros com acesso.

Embora os dados do IBGE de 2021 indiquem que cerca de 90% dos lares brasileiros têm conexão com a internet, ainda persistem limitações em relação à qualidade do serviço em todo o país.

A desigualdade na disponibilidade de uma internet confiável e de alta velocidade pode prejudicar a experiência dos usuários e limitar o alcance dos canais FAST.

A expansão bem-sucedida desse modelo dependerá, em parte, de esforços para melhorar a infraestrutura de telecomunicações e ampliar o acesso à internet de qualidade em todas as regiões do Brasil.