Novas regras do Ensino Médio já impactam 16 estados com aumento de aulas tradicionais

Reforma busca aumentar carga horária das disciplinas tradicionais em 16 estados, com mudanças obrigatórias até 2026.

A reforma do Novo Ensino Médio, que começou a ser implementada em 2021, está passando por adaptações significativas em diversos estados do Brasil. Até 2025, essas mudanças já serão visíveis em 16 redes estaduais, as quais decidiram ajustar suas grades curriculares antes mesmo da obrigatoriedade em 2026.

O objetivo é ampliar as horas de formação geral básica, um movimento que especialistas consideram necessário para corrigir falhas do modelo anterior.

Esse retorno às disciplinas tradicionais ocorre após críticas ao aumento de matérias sem solidez pedagógica, como aulas de culinária.

Volta das disciplinas tradicionais

Em 2024, o Congresso aprovou mudanças que elevam a carga horária de disciplinas tradicionais de, no máximo, 1.800 horas para, no mínimo, 2.400 horas. Os itinerários formativos, que são opções de escolha dos alunos, tiveram redução de 1.200 horas para 600 horas.

Essa reformulação já impacta estados como Minas Gerais, que introduziu uma aula semanal de leitura e escrita, e o Rio de Janeiro, que oferece a troca de reforço em Português e Matemática por ensino religioso.

As mudanças visam garantir que conteúdos cobrados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) voltem a ser abordados no 3º ano escolar.

Desafios e soluções regionais

Enquanto alguns estados optam por soluções conservadoras, o Rio Grande do Sul, o Amazonas e Roraima eliminaram os itinerários formativos no 3º ano em 2025, proporcionando 2.400 horas de disciplinas convencionais.

Por outro lado, o Piauí decidiu aumentar a carga horária apenas nos dois primeiros anos, mantendo a grade do terceiro ano.

Minas Gerais se destacou pela inclusão de aulas semanais obrigatórias focadas em competências de leitura e escrita. Já o Maranhão inovou ao criar dois componentes curriculares: Identidade e Protagonismo e Cidadania Digital. Essas medidas iniciam a implementação da política nacional de educação digital.

Perspectivas e ajustes futuros

O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou diretrizes para que as redes estaduais organizem suas grades até 2026. A transição em 2025 permite flexibilidade, mas as escolas ainda precisarão fazer ajustes para atender às novas diretrizes.

Israel Batista, relator dessas diretrizes, enfatiza que os itinerários devem ser flexíveis, mas com propósito pedagógico claro.

A expectativa é que o CNE e o Ministério da Educação finalizem diretrizes nacionais até março, assegurando a relevância pedagógica dos componentes curriculares. Essa reforma visa garantir uma educação que atenda às exigências contemporâneas sem comprometer a qualidade do ensino básico.

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