Número de profissionais com Síndrome de Burnout no Brasil assusta
Um a cada cinco profissionais do mercado sofrem de burnout, ou seja, 18% dessas pessoas estão lidando com a síndrome neste momento.
Por meio de uma pesquisa realizada pela empresa Gattaz Health & Results, foi possível comprovar que um a cada cinco profissionais do mercado sofrem de burnout, ou seja, 18% dessas pessoas estão lidando com essa síndrome neste momento. Também foi possível apontar que 43% dos trabalhadores apresentam sintomas de depressão, porém apenas 13% deles foi diagnosticado por profissionais especializados.
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O percentual de reclamações acerca da ansiedade ficou em 24%, mas só 5% tiveram seu laudo comprovado.
Analisando os dados atingidos pela pesquisa
A investigação liderada pelo presidente da diretoria do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-USP), Wagner Gattaz, começou em 2015 e teve a participação de inteligência artificial durante o processo. Ela contribuiu na identificação de funcionários de grandes empresas que estão sofrendo de burnout. Chegou-se a essa conclusão por meio de um questionário sobre saúde mental, aos quais esses mesmos indivíduos preencheram com as suas informações. A pesquisa foi apresentada no Congresso Nacional de Psiquiatria no Ceará no início de outubro.
O burnout faz parte da lista de doenças classificadas internacionalmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no ano de 2019. A concepção assume que a síndrome tem três dimensões: “Muitas queixas do burnout ocorrem também na depressão, todavia a depressão afeta o bem-estar geral da pessoa enquanto o burnout afeta apenas o bem-estar relacionado ao trabalho”.
Na depressão, ocorre perda de energia para o trabalho e para o lazer. No burnout, por sua vez, a perda de energia é centrada no trabalho, podendo então a pessoa sentir prazer e ser produtiva em outras esferas da vida. Já o estresse é a reação física e mental resultante de uma série de fatores desgastantes externos e individuais.
O estresse contínuo e duradouro pode contribuir para o aparecimento da doença, mas isso vai depender da predisposição da pessoa, pois o estresse na intensidade ideal – para muitos – atua como motivador para um trabalho ativo enquanto a falta total de estresse pode provocar a monotonia e a perda de interesse”, esclareceu Gattaz.
Quem é mais propenso a ser tomado pela síndrome?
As mulheres foram as mais entrevistadas durante o processo de pesquisa. Além da análise sobre o burnout, depressão e ansiedade, também foi identificar problemas com álcool por parte de 9% das voluntárias.
Situações de má comunicação, como a ausência de um feedback adequado, baixa autonomia durante o período de trabalho, baixo apoio social, ressaltando impasses com chefes e colegas de trabalho, muita demanda e a pressão formada por causa do tempo de entrega das funções podem ser os fatores principais que desencadearam essa síndrome nas profissionais.
Uma boa solução para amenizar os problemas é criar programas de conscientização sobre essas doenças no ambiente de trabalho, assim como disponibilizar atendimento psicológico durante o período de exercício. Dessa forma, todos podem sair ganhando, pois a qualidade de vida dos profissionais vai melhorar, logo produzirão para a empresa com mais afinco, gerando mais lucros à firma. Essas e outras ideias foram defendidas pelo executivo Gattaz.
Tratamento para a síndrome:
Em relação ao tratamento e prevenção, ele diz que: “a maioria dos sintomas do burnout mostra uma rápida melhora com o uso de medicamentos antidepressivos”. “Por um tempo limitado”, lembrou ele, “pode-se também associar o uso de medicamentos para a ansiedade e para melhorar a qualidade do sono”. É vital que haja uma terapia cognitivo-comportamental visando a mudar os comportamentos de risco.
Destacando também que “programas de orientação dietética e de atividade física tem, segundo resultados inquestionáveis da pesquisa científica, um efeito antidepressivo e preventivo do burnout”. Em outras palavras: “Este conjunto de estratégias, que combinamos com os treinamentos para redução do risco na empresa, tem se mostrado eficazes na redução e na prevenção do burnout”, concluiu Gattaz.
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