Brasil terá um aumento de 22% na média de raios anuais
O país está na liderança de incidência do fenômeno. Veja mais!
O Brasil é um dos países com maior incidência de raios, com uma média de 77,8 milhões de registros anuais. O número, no entanto, é mínimo se comparado ao total registrado nos dois últimos anos. No ano de 2021, houve 154 milhões de apontamentos do fenômeno em solo brasileiro. Já em 2020, foram 126 milhões. Portanto, de acordo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Brasil terá aumento de raios anuais. A expectativa é de que, até o final deste século, a média brasileira seja de 100 milhões por ano.
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Mudanças climáticas
Segundo o coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica do INPE, Osmar Pinto Júnior, as mudanças climáticas têm uma grande influência nesse fenômeno. Isso se deve ao fato de que as tempestades e raios aumentam em razão da umidade do ar e altas temperaturas.
Ele destaca também que a constância fica ainda maior durante os meses de primavera e verão, pois é nessa temporada que o fenômeno está mais propício a acontecer.
Incidência dos raios
O coordenador do INPE explica que, segundo a literatura, a incidência do fenômeno no Brasil foi analisada a partir da relação dos raios com algumas das condições meteorológicas previstas pelos Modelos Climáticos Globais (MCG).
“Estes modelos, diferentemente dos modelos meteorológicos rotineiramente utilizados na previsão do tempo, permitem estimar as condições meteorológicas para períodos mais distantes, da ordem de décadas. Para minimizar as incertezas nos resultados gerados pelo MCG, rodamos o modelo 12 vezes considerando pequenas diferenças na evolução das condições ambientais e calculamos a média dos resultados”, disse o coordenador à Agência Brasil.
O estudo ainda faz uso de um cenário de emissões de gases do efeito estufa que “corresponde a não haver nenhuma mudança significativa nas emissões” nas próximas décadas, o que parece, segundo ele, ser mais provável.
“Neste cenário é esperado um aumento da temperatura média global de quatro graus Celsius até o final do século, em relação ao período de 1961 a 1990”, acrescenta. Além disso, de acordo com o especialista, “o padrão geral da distribuição geográfica dos raios no país não deve se alterar até o final do século, com a região Norte mantendo a maior incidência e a região Nordeste, a menor incidência”.
É previsto que as maiores altas na ocorrência de raios aconteçam na Região Norte (50%). Entretanto, na Região Nordeste, deve haver mínimo crescimento (10%). “As demais regiões devem ter aumentos na ocorrência de raios entre 20% a 40%. Aumentos maiores podem ocorrer em pequenas regiões localizadas”, informou.
“Dessa forma, a atual incidência de 70 milhões de raios por ano no país deve aumentar para 100 milhões de raios por ano”, finalizou.
Ranking mundial
O Brasil lidera o ranking de incidência de raios por ano. O segundo lugar pertence à República Democrática do Congo, com 43,2 milhões de raios anuais. Em terceiro lugar estão os Estados Unidos, com 35 milhões de raios por ano, seguidos de Austrália (31,2 milhões de raios), China (28 milhões) e Índia (26,9 milhões).
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