O que é endogamia? ‘A Casa do Dragão’ retrata prática controversa

Essa é uma marca registrada dos Targaryen, assim como os cabelos brancos e a habilidade com os dragões.

A Casa do Dragão’, spin-off da aclamada série ‘Game of Thrones’ (GoT), vem cativando fãs ao redor do mundo com seu enredo fascinante e personagens complexos.

Também baseada na obra ‘As Crônicas de Gelo e Fogo’, mais especificamente no livro ‘Fogo e Sangue’, de George R.R. Martin, a série expande o universo já conhecido, trazendo novas histórias e aprofundando-se em antigas tradições.

Além dos icônicos dragões e das intrigas políticas, ‘A Casa do Dragão’ aborda temas profundos e muitas vezes chocantes, tal como GoT fez antes dela. Um desses é a endogamia, ou incesto, uma prática comum entre os membros da família Targaryen.

O que é endogamia, afinal?

Sociológica e cientificamente, a endogamia refere-se à prática de casar-se com membros da mesma família ou grupo restrito, especialmente entre irmãos ou parentes próximos.

Tal prática é vista de maneira negativa pela maioria das sociedades por ser considerada antiética e até profana sob a ótica de muitas religiões. Por isso, a endogamia também é chamada de incesto.

Além disso, a endogamia traz riscos significativos para a saúde genética das gerações futuras. A prática aumenta a probabilidade de homozigose, em que aumentam as chances de um indivíduo herdar duas cópias de um mesmo gene defeituoso.

Isso pode levar a várias doenças genéticas graves e defeitos congênitos. Exemplos incluem doenças metabólicas, problemas de desenvolvimento e outras condições potencialmente fatais.

Casais endógamos, como irmãos, têm uma maior probabilidade de gerar filhos com alterações genéticas significativas.

A endogamia em ‘A Casa do Dragão’ e ‘Game of Thrones’


O casal endógamo Daemon e Rhaenyra Targaryen – Imagem: HBO/Reprodução

Em ‘A Casa do Dragão’ e ‘Game of Thrones’, a endogamia é uma prática tradicional entre os Targaryen, mas, igual acontece no mundo real, é vista com estranheza pelas demais pessoas.

Tal família, conhecida por seus cabelos prateados e a habilidade de domar dragões, mantém a tradição de casar-se entre parentes próximos, principalmente irmãos, para preservar a pureza de seu sangue e características físicas únicas.

A tradição tem suas raízes na crença de que o sangue dos Targaryen é especial, conferindo-lhes uma conexão mágica com os dragões.

Através da endogamia, eles buscam manter tal conexão e garantir que seu poder permaneça dentro da família.

Endogamia na vida real

A endogamia também foi praticada por várias famílias reais, sendo os Habsburgos um exemplo notório.

Essa dinastia europeia, que reinou em vários países por cerca de cinco séculos, frequentemente casava-se dentro da própria família para manter o poder e a pureza de sua linhagem, assim como os fictícios Targaryens.

Contudo, a prática gerou problemas dentro do enorme clã Habsburgo. Um dos casos mais conhecidos é o de Carlos II da Espanha, apelidado de ‘O Enfeitiçado’.

O pobre Carlos II sofreu diversas deficiências físicas e mentais devido à endogamia. Ele era impotente e infértil, ou seja, incapaz de gerar filhos, o que levou ao fim da linha dos Habsburgos na Espanha.

De acordo com relatos da época estudados por historiadores, sua vida foi marcada por complicações de doenças e sofrimentos, exemplificando os perigos da endogamia.

As práticas endógamas dos Habsburgos e de outras famílias reais certamente serviram de inspiração para George R.R. Martin ao criar os Targaryen.

A representação dessa prática em ‘A Casa do Dragão’ não só adiciona um elemento de realismo histórico, mas também oferece uma reflexão sobre as consequências dessa escolha, que na sociedade moderna não tem aderência.

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