O que pode acontecer quando alguém usa diploma falso?

Influenciadora, com mais de 70 mil seguidores, teve registro profissional anulado pelo Conselho Regional de Psicologia em São Paulo.

A influencer Gabriela Sayago, conhecida por compartilhar conteúdo sobre psicologia, está atualmente no centro de uma polêmica. Com uma presença marcante nas redes sociais, espaço onde ela divulga técnicas de autoconhecimento, a influenciadora teve seu registro profissional revogado.

O Conselho Regional de Psicologia da 6ª Região (CRP-SP), localizado em São Paulo, tomou a decisão após verificar irregularidades no diploma apresentado por Gabriela. A instituição de ensino, em que ela alegava ter concluído o curso, também negou ter tido qualquer relação com a influenciadora.

Mesmo diante da anulação do registro, Gabriela continua a oferecer os serviços e os produtos relacionados à psicologia em suas plataformas digitais. Ela disponibiliza atendimentos particulares, além de palestras e treinamentos online, e promete auxiliar no autodesenvolvimento de seus clientes.

Gabriela Sayago está sob investigação para averiguar se diploma é realmente falso (Imagem: reprodução/@gabisayago/Instagram)

Falsificação do diploma

Uma das suspeitas é de que a mulher tenha fraudado o próprio diploma universitário, mas isso ainda é uma suposição que passa por investigação. O suposto diploma falso teria sido emitido pela Faculdade Funorte, em Montes Claros, Minas Gerais. A instituição rapidamente esclareceu que Gabriela nunca foi aluna de lá.

O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo reforçou a obrigatoriedade do registro profissional, que exige documentos válidos para a atuação na área. Em comunicado oficial, o órgão destacou a necessidade de diplomas registrados no Ministério da Educação, sem citar diretamente Gabriela Sayago.

Consequências jurídicas e profissionais do uso de diploma falsificado

Utilizar um diploma falsificado é uma prática ilegal que pode gerar sérias punições no Brasil. De acordo com o Código Penal, a falsificação de documentos, sejam eles públicos ou privados, constitui crime, com penas que podem chegar a seis anos de reclusão, além de multas.

Conselhos profissionais, como o de Psicologia, Medicina ou Direito, adotam procedimentos rigorosos para verificar a autenticidade dos diplomas apresentados. Como o registro nesses órgãos é indispensável para atuar legalmente, a apresentação de um diploma falso resulta na invalidação do registro, podendo levar à proibição definitiva de exercer a profissão.

Além de estar sujeito a penas de prisão, o indivíduo que utiliza um diploma falsificado também enfrenta questões éticas e civis, principalmente ao prestar serviços a clientes. A falsa alegação de qualificação pode ser considerada fraude, engano ao consumidor e, em determinadas situações, exercício ilegal da profissão.

Clientes prejudicados por atendimentos inadequados podem recorrer à Justiça para buscar indenizações, caso consigam demonstrar que sofreram prejuízos devido à atuação de um profissional sem a devida capacitação.

Ofertas online mantidas

Apesar do escândalo, Gabriela segue com sua plataforma digital de assinaturas, porém, a sua página no Instagram foi privada, o que impede de o público geral ver suas publicações nessa rede social.

A continuidade das atividades de Gabriela sem o devido registro profissional levanta questões sobre a regulamentação e fiscalização das práticas psicológicas via plataformas online.

O caso destaca também a importância do papel das autoridades competentes na proteção dos consumidores e das profissões que demandam diploma e carteira de conselho.

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